
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou, na última terça-feira (1/4), a reserva de vagas em seus cursos de graduação para pessoas trans, travestis ou não binárias. A decisão foi tomada pelo Conselho Universitário (Consu), órgão máximo da instituição. As vagas serão oferecidas no Edital Enem-Unicamp e poderão concorrer candidatos oriundos de escolas públicas e particulares.
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De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), pelo menos 15 universidades federais e 6 estaduais já adotam esse sistema.O modelo da Unicamp prevê que os cursos com até 30 vagas regulares deverão ofertar, no mínimo, uma como vaga regular ou adicional para essa população. A modalidade fica a critério da congregação de cada faculdade. Caso seja vaga extra, o preenchimento não será obrigatório.
Já os cursos com mais de 30 vagas deverão ofertar duas vagas, podendo ser regulares ou adicionais. Quando não forem adicionais, essas vagas serão subtraídas das vagas de ampla concorrência existentes no sistema Enem-Unicamp. O modelo define ainda que metade das vagas será distribuída atendendo aos critérios das cotas para pretos, pardos e indígenas (PPI).
A seleção dos candidatos inclui autodeclaração na inscrição, como preveem a Corte Interamericana de Direitos Humanos e o Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, haverá exigência de um relato de vida, modelo utilizado em outras instituições de ensino superior. Esse relato será submetido a uma comissão de verificação.
Segundo a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest), 279 candidatos se inscreveram no vestibular 2025 da Unicamp com nome social. Entre eles, 40 foram convocados. Os cursos mais procurados por esse grupo foram artes visuais, ciências biológicas e medicina.