Aprovação

ProUni: aluna de escola pública garante bolsa integral em universidade particular

Maria Júlia Lopes, 18 anos, foi contemplada com bolsa integral na Universidade Católica de Brasília (UCB), além de aprovada na Universidade de Brasília (UnB) pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS)

Fabio Nakashima*
postado em 19/02/2025 16:48 / atualizado em 19/02/2025 18:26
Maria Júlia, 18 anos:
Maria Júlia, 18 anos: "Conheci contábeis, me simpatizei, mas, no fim, voltei ao jornalismo porque percebi que eu gosto mesmo é de falar" - (crédito: Arquivo pessoal)

Aos 18 anos, Maria Júlia Lopes comemora a conquista de uma bolsa integral na Universidade Católica de Brasília (UCB) pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Ela foi a primeira colocada no ProUni entre candidatos ao curso de jornalismo na UCB. Apesar de ter sido aprovada pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS), em 12º lugar, para ciências contábeis na Universidade de Brasília (UnB), ela optou por seguir sua verdadeira vocação: o jornalismo. "Jornalismo era, de fato, minha primeira opção de curso e, unindo o útil ao agradável, optei pela UCB sem medo, por saber que é uma universidade tradicional em Brasília e que eu não precisaria me preocupar com mensalidades", revela Maria Júlia.

Natural do Distrito Federal e ex-estudante do Centro de Ensino Médio (CEM) 01 do Gama, a estudante conta que ficou surpresa com o resultado: "Eu nem cogitei que a vaga seria minha, mas arrisquei. Quando vi o resultado, fiquei incrédula. Mostrei para meus pais e irmãos, que choraram e falaram 'eu já sabia'. Foi um alívio enorme", lembra. Apesar de ter considerado contabilidade como uma alternativa, o encantamento pelo jornalismo surgiu ainda no ensino médio, quando uma professora sugeriu a área. "Meus olhos brilharam", lembra.

Rotina de estudos

A caminhada até a aprovação exigiu dedicação e disciplina, mas sem excessos. Maria Júlia preferiu uma abordagem equilibrada nos estudos. "Tratei os estudos com leveza, mas sem perder o foco. Eu entendia que a cobrança era normal, mas a decisão de continuar tentando ou desistir só dependia de mim", explica.

Sem uma rotina rígida de estudos, ela conciliou os preparativos para o vestibular com o cuidado com seus irmãos mais novos. "Uma hora eu estava lendo uma obra do PAS, e outra, tentando tirar criança de cima do armário, por isso não contei horas de estudo por dia. Acredito que o fato de eu não ser do tipo que se tranca no quarto e só sai 3 meses depois foi o que deixou a jornada leve e o processo tranquilo", brinca.

Para Maria Júlia, o suporte da família foi essencial nessa fase. "Sou muito grata por ter tido colo para chorar nos momentos difíceis e ouvir conselhos de quem realmente me ama", afirma. A fé também foi um pilar fundamental: "Sou fiel à Santa Igreja Católica Apostólica Romana e tenho certeza de que, sem a confiança em Deus, eu não seria capaz de nada", declara.

Expectativas 

Agora, prestes a iniciar sua jornada na UCB, Maria Júlia espera que o curso de jornalismo a ajude a crescer tanto profissional quanto pessoalmente. "Acredito que a Católica tem um corpo docente preparado e estou ansiosa para conhecer melhor o universo da comunicação. Com certeza, estou nervosa porque toda mudança é um pouco assustadora, mas tenho certeza de que vai dar certo!", diz.

Apaixonada por esportes, Maria Júlia se vê atuando no jornalismo esportivo e na produção de artigos de opinião. "Como fã de futebol, simpatizo com o jornalismo esportivo e os artigos de opinião, principalmente, os do Juca Kfouri, mas acredito que ao longo do curso vou conhecer melhor e as coisas ficarão mais claras", conta, empolgada com a nova etapa. 

Conselhos 

Para os estudantes que estão enfrentando a maratona dos vestibulares, Maria Júlia aconselha equilíbrio e paciência. "É uma fase muito tensa, principalmente, para quem está terminando o ensino médio, as cobranças são altíssimas e na maior parte das vezes, vêm de nós mesmos. É importante lembrar que passar de primeira em um vestibular não é a única forma que existe de fazer uma faculdade, e está tudo bem tentar por mais 2 ou 3 anos", conforta.

Ela também enfatiza a importância de ampliar o repertório cultural. "Criar repertório de mundo salva nossa sanidade. Com liberdade para ser brega, tomo as rédeas para assumir que Riobaldo, de Grande Sertão: Veredas — personagem de um romance escrito por João Guimarães Rosa —, foi meu guru nessa reta final", revela. Por fim, ela deixa um recado para quem busca oportunidades: "É preciso ter coragem, porque é isso o que a vida espera da gente."

*Estagiário sob a supervisão de Marina Rodrigues

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