Eu, Estudante

26º SUMMAÊ

‘A fantástica fábrica de integrais’ é tema da 26º edição do Summaê

Dinâmica incentiva alunos de exatas a se desafiarem em cálculos matemáticos e melhorarem o desempenho acadêmico

O que A fantástica fábrica de chocolate tem a ver com matemática? É o que propõe A Fantástica Fábrica de Integral, tema do 26° Summaê da Universidade de Brasília (UnB), criado e organizado pelo professor Ricardo Fragelli. Reunidas no auditório da Unidade Acadêmica (UAC) do câmpus Gama, duas turmas de cálculo 1 de diversos cursos de exatas tiveram uma segunda-feira (2/9) lúdica e de muita matemática. 

Nessa dinâmica, os estudantes resolvem equações de integral dentro de um tempo estabelecido pelo apresentador — nesse caso o professor Fragelli. As equações, porém, não são elaboradas por Fragelli ou qualquer um dos outros professores convidados. São os estudantes que escolhem qual integral será resolvida, a partir de um vídeo feito por eles próprios também.

Outro item que não pode faltar é um chapéu. Cada aluno confecciona o próprio chapéu sobre o tema que quiser. Alguns se inspiram na temática do evento, como a caloura de engenharia de software Giovanna Aguiar, 18 anos, que a partir de A fantástica fábrica de chocolate, fez um chapéu com várias referências do filme, como oompa loompas e uma máquina de chiclete no topo do chapéu. Ela também se pintou de roxo, em uma releitura da Violet Beauregarde, uma das personagens do filme que após comer um chiclete na Fábrica Wonka, fica roxa igual uma amora.

 “Umas duas semanas perto (do Summaê), eu tive a ideia de fazer um cosplay da Violet. Ela tem ‘chiclete’ como uma marca registrada. Pensei: uma máquina de chicletes. Faltando uma semana eu pensei ‘esse chapéu ainda não está a minha cara’. Eu comecei a pesquisar algumas frases dos filmes e eu achei essa: ‘a vida nunca foi tão doce’. Me lembrou dos meus amigos”, compartilhou.

Giovanna já havia participado de outro evento feito pelo professor Fragelli, o Rei e Rainha da Derivada, porém para ela este foi o primeiro Summaê. “Gostei muito do evento, foi um momento de aprendizado e [foi] muito divertido pois estávamos rodeados de amigos. [O Summaê] nos ajudou a melhorar nossa resolução de integrais e a identificar os nossos pontos fracos”, elogiou.

Quem também estreou no Summaê foi a estudante de engenharia aeroespacial Natalie Lucindo, 18. Ela veio a caráter, com um chapéu temático de Alice no país das maravilhas. Ela e Giovanna são amigas e juntas gravaram um vídeo para o evento. “Decidimos fazê-lo no estilo da trend ‘vou passar o celular para alguém que…’, de modo que pudéssemos incluir nossos amigos, monitores e professores na produção do vídeo”, compartilha.

“Todo o cuidado e toda a dedicação empenhados no preparo do 26º Summaê, demonstram como é possível tornar o aprendizado de um conteúdo como cálculo 1 mais leve”, afirma Natalie.

Estefania Lima/CB/D.A.Press - Estudantes que participaram do 26º Summaê, UnB Gama

Além das alunas, o professor de matemática da UnB, e um dos convidados para o evento, Matheus Bernardini nota os benefícios do evento. “Eles ficam muito empolgados produzindo os vídeos e confeccionando os chapéus”. Ele, que participa do Summaê desde 2018, também aponta uma melhora no desempenho acadêmico dos estudantes. “Muitos alunos que participam do Summaê acabam indo melhor nas provas depois do evento em comparação com as provas anteriores”, diz.

O que é o Summaê?

“O nome Summaê é a junção da palavra summae (do latim, somas) com o acento circunflexo ‘^’ e representa a união de pessoas para o estudo de um determinado tema, mas todas vestindo chapéus criativos”, contextualiza Fragelli.

Segundo o professor, o objetivo em se utilizar chapéus é o de caracterizar o evento, estimular o engajamento e tornar o ambiente mais lúdico e criativo, quebrando o clima da tradicional sala de aula e oferecendo mais elementos de interação entre os participantes.

Ele conta que a ideia inicial do evento surgiu de uma imagem mental que teve na qual diversos professores, sentados em uma mesa de especialistas em um ambiente informal, vestindo chapéus, respondessem questionamentos dos estudantes de forma lúdica, em um jogo de perguntas e respostas. “Esse pensamento ficou guardado em algum local da minha alma pedagógica durante meses até que fui provocado a colocar em prática”, disse.

O Summaê, em seu contexto original, tem a seguinte dinâmica: apresentação de vídeo com pergunta; resolução dos estudantes com tempo determinado; resolução de um dos membros da mesa de especialistas; autocorreção da questão pelos estudantes e espaço para debates. Quando todos os estudantes tiverem corrigido suas questões, é executado o próximo vídeo da lista e o ciclo reinicia. 

Ao final, são indicados os melhores vídeos, os chapéus mais criativos e anunciados os vencedores do Summaê, que são os participantes com maior pontuação.

“Certamente é uma metodologia muito inovadora que começou a encontrar colaboradores nas mais diversas áreas e níveis, tanto que reunimos 30 professores de todas as regiões do país e um diretor de cinema de Brasília, Marcus Ligocki Jr.”, conta Fragelli.

Estefania Lima/CB/D.A.Press -
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O “Oscar Summaê”

O “Oscar do Summaê”, como chamou Fragelli, é um festival que reúne e premia os melhores vídeos do país no contexto Summaê. Há 10 categorias, que vão desde “melhor animação” a “melhor vídeo com celebridade”.

Este ano, o Festival Summaê ocorre dia 29 de novembro, em Brasília. As inscrições foram prorrogadas até o dia 9.

Podem participar professores dos ensinos fundamental, médio e superior, incluindo pós-graduação. 

O edital completo com as categorias, datas, e muitas outras informações pode ser acessado no site oficial do evento: https://festivaldosummae.com

* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca