A Universidade de Brasília (UnB) recebe mais de mil estudantes indígenas de 26 estados brasileiros entre os dias 16 e 19 de setembro, durante o XI Encontro Nacional de Estudantes Indígenas (Enei). O evento reunirá representantes de cerca de 100 povos indígenas de universidades federais, estaduais e privadas de todo o país. Organizado pela Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB), o Enei conta com o apoio de diversas instituições, como o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Secretaria de Esportes do Governo do Distrito Federal.
Com o tema “20 anos demarcando as universidades, luta e resistência, efetuando a permanência”, o Emei comemora duas décadas de presença indígena no ensino superior e marca uma reflexão sobre as conquistas e desafios enfrentados por essa população nas instituições acadêmicas. Esta edição do encontro terá como eixo principal os mais de 10 anos da Lei de Cotas e a permanência dos estudantes indígenas nas universidades.
O encontro também irá destacar conquistas, como a transformação das reivindicações dos estudantes indígenas em políticas públicas e o retorno de egressos aos seus territórios, além de discutir o apoio à inserção profissional como forma de garantir uma presença indígena efetiva de qualidade e transformadora no ambiente universitário.
O evento contará com a presença de lideranças como a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, e a deputada federal Célia Xakriabá, além de uma extensa programação de mesas de debates e atividades culturais. Entre os temas abordados nas discussões, estão a importância das ações afirmativas no ensino superior, a saúde indígena nos territórios e a contribuição das pesquisas indígenas para a gestão ambiental.
Um dos momentos marcantes será uma marcha simbólica, na próxima quinta-feira (18/9), com o tema "Pisando firme na qualidade da permanência", que seguirá até a Esplanada dos Ministérios, reafirmando a luta pela descolonização dos espaços acadêmicos. Também haverá uma audiência pública no Congresso Nacional para discutir o impacto da presença indígena na academia ao longo das últimas duas décadas. Para mais detalhes, veja aqui a programação.