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competição internacional

Recordes históricos marcam a 7ª edição da Shell Eco-marathon no RJ

Equipes universitárias de SC, RS e PR foram as vencedoras do torneio de eficiência energética deste ano, destacando-se nas categorias bateria elétrica e combustão interna. Representatividade feminina também chamou a atenção

Com altas emoções, a 7ª edição da Shell Eco-marathon, uma das maiores competições acadêmicas do mundo na área de eficiência energética, chegou ao fim no Rio de Janeiro. O evento, que teve início na quarta (28/8), reuniu mais de 500 jovens universitários de cinco países da América Latina — Brasil, Bolívia, Peru, México e Colômbia — com um objetivo comum: apresentar o que há de mais inovador em mobilidade sustentável em três categorias: combustão interna (gasolina e etanol), bateria elétrica e hidrogênio. Os resultados foram anunciados em cerimônia realizada nesta sexta-feira (30/8).

 
 
 
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Durante três dias intensos, o Pier Mauá foi palco de uma competição altamente acirrada. Das 41 equipes inscritas, 30 conseguiram competir, exibindo veículos idealizados e desenvolvidos para o futuro. Na categoria bateria elétrica, a equipe E3 UFSC, da Universidade Federal de Santa Catarina, foi a campeã entre os protótipos, além de ter batido o recorde do ano anterior com a nova marca de 381 km/kWh. Já na combustão interna, quem brilhou foi a vencedora pela quarta vez e bicampeã Drop Team, equipe do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, conquistando a marca de 611km/l.

De Florianópolis, Júlia Madeira, do grupo E3 UFSC, subiu ao palco para receber o prêmio e não escondeu a felicidade por participar da competição e fazer história: “A gente nunca tinha feito uma marca com esse carro, e bater esse recorde foi incrível. Estamos muito felizes. Foi um ano difícil, trabalhamos muito para estar aqui, e ter essa compensação é incrível”, disse ao Correio durante a cerimônia, após conquistar a honraria.

Pódio brasileiro

Outros destaques brasileiros foram da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que teve três equipes classificadas na final. São elas: Green e Car, em primeiro lugar na categoria bateria de conceito urbano (25km/kWh); e Pato a Jato e Pé Vermelho Efficiency Team, classificadas em segundo e terceiro lugares, respectivamente, na categoria combustão interna de protótipos. A Pato a Jato, do campus Pato Branco, fez 509 km/l; e a Pé Vermelho Efficiency Team, do campus Medianeira, fez 194 km/l.

Eduardo Vanuncio - Gabriel Paulista, de 21 anos, é CEO da equipe "Pato a Jato", da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Pato Branco

Gabriel Paulista, 21 anos, da equipe Pato a Jato destaca o desempenho do veículo da equipe na Shell Eco-marathon 2024. “Trouxemos um veículo chamado Popygua, que é o atual recordista da América Latina na competição da Shell. Ele alcança 767 km com um litro de etanol. Este ano foi bastante desafiador e trabalhamos muito para obter bons resultados. Conseguimos superar nosso próprio recorde em um teste do carro. O Popygua foi construído há algum tempo e, desde então, temos continuamente melhorado o veículo com novas pesquisas e ajustes. Este ano, fizemos upgrades na estrutura e no motor, o que ajudou a aumentar a média de consumo.”

A equipe Pé Vermelho também acumulou conquistas ao longo dos anos, incluindo três pódios: primeiro lugar em 2016, segundo lugar em 2019 e terceiro lugar em 2022, todos na categoria combustão interna. Thalia Duarte, pilota da equipe Pé Vermelho, destaca a evolução dos veículos e a preparação para a competição deste ano. "Em 2022, aproveitamos boa parte do carrinho de 2019, que tinha ganhado em segundo lugar. Conseguimos fazer uma boa marca e ficamos em terceiro lugar. Ano passado, já tínhamos conseguido um carrinho novo, mas ele não alcançou os resultados que esperávamos. Então, para este ano, fizemos um carrinho totalmente novo", detalha.

Eduardo Vanuncio - Equipe da pilota Thalia Duarte, Pé Vermelho Efficiency Team (UTFPR Medianeira), ficou em terceiro na categoria combustão interna

Thalia Duarte também compartilha suas experiências como participante da Shell Eco-marathon e discutiu as especificidades do papel de piloto na competição. Ela explicou que, devido ao design dos protótipos, que são veículos pequenos e leves, os pilotos precisam atender a certos critérios físicos. "Os protótipos são carrinhos pequenos, e para ser piloto, a gente precisa ter uma estatura menor e ser um pouquinho mais leve. No regulamento, temos um peso mínimo de 50 kg. Então, essa faixa de peso está ótima para pilotar o carrinho."

Representatividade

Segundo a gerente de Comunicação Externa da Shell Brasil, Alexandra Siqueira, Shell Eco-marathon 2024 também marcou um avanço significativo na participação feminina no evento. “Um ponto que gostaria de destacar, é que estamos vendo com muita positividade, é o crescimento das mulheres no segmento de educação científica e de engenharia, e também no mundo corporativo”, ressalta Alexandra.

Reprodução/Shell Brasil - Alexandra Siqueira, gerente de Comunicação Externa da Shell Brasil, ressalta a importância da participação feminina na competição

Este ano, aproximadamente 60% das equipes tinham mulheres como pilotos e cerca de 20% das equipes eram lideradas por mulheres. “Isso conversa muito com a narrativa da Shell, que promove e acredita genuinamente na equidade e na diversidade de gênero. Sabemos que isso gera melhores resultados para a companhia e tem um impacto positivo na sociedade. Isso nos traz muita satisfação, saber que a Shell está promovendo esse espaço para que as mulheres se desenvolvam e mostrem que também podem estar ao volante”, celebra a gerente.

Alto desempenho

Glauco Paiva, gerente executivo de comunicação corporativa da Shell Brasil, reafirma a importância do evento e reconhece a dedicação dos estudantes. “Para chegar aqui, essas equipes trabalharam muito nas suas cidades para desenvolver esse protótipos para colocar esses protótipos rodando de maneira eficiente e segura”, diz. Ele também ressalta dois pontos principais: a jornada de aprendizado independente da classificação final e a segurança garantida durante todo o evento. 

Eduardo Vanuncio - Glauco Paiva, gerente executivo de comunicação corporativa da Shell Brasil: "Transição energética já é realidade"

“Mesmo aquelas equipes que não estão ganhando prêmio hoje, que trabalharam muito duro, mas não ganharam nas suas respectivas categorias, devem voltar no ano que vem para tentar beliscar um prêmio. (Quanto à) segurança, a gente está entregando um evento em que ninguém se machucou, tudo correu bem e os estudantes vão voltar para casa felizes e tranquilos, prontos para se preparar para a Shell Eco-Marathon 2025”, pontua.

Aberto ao público, a competição também ofereceu uma oportunidade única para os estudantes das escolas municipais explorarem o tema da eficiência energética. Durante visitas guiadas, os alunos participaram de oficinas práticas que ilustraram de forma interativa como a ciência e a tecnologia podem ser aplicadas para promover a sustentabilidade no dia a dia, além de incentivar jovens de todo o mundo a fazerem escolhas de carreira relacionadas à engenharia ou à educação científica.

Confira a lista das equipes vencedoras:

Eduardo Vanuncio - Equipe E3 UFSC marca 381 km/kWh e conquista primeiro lugar na cateria elétrica de protótipo

Protótipo 

- Bateria elétrica

1º UFSC Florianópolis E3 UFSC - 381 km/kWh

2º IFSul Charqueadas - Eifchar - 341 km/kWh

3º ITESM Aguascalientes - Borregos Racing (MEX) - 316km/kWh

- Combustão interna 

1º IFRS Erechim Drop Team - 611 km/l

2º UTFPR Pato Branco Pato a Jato - 509 km/l

3º UTFPR Medianeira Pé Vermelho Efficiency Team - 194 km/l

Conceito Urbano 

- Bateria 

1º Green E Car (UTFPR Medianeira) - 25km/kWh

Eduardo Vanuncio - Estudantes do time Green e Car, da UTFPR Medianeira, foram os vencedores da categoria conceito urbano bateria

*Estagiário sob supervisão de Marina Rodrigues