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Faculdade internacional abre inscrições para duplo diploma no Brasil e no exterior

Com método 100% em inglês, a Hayek Global College oferece os primeiros anos de graduação no Brasil e os finais nos EUA. Primeira chamada do processo seletivo vai até 18 de outubro, com oferta de 32 vagas em diversas áreas

Marina Rodrigues
postado em 18/08/2024 15:00 / atualizado em 18/08/2024 16:02
Sala de aula da faculdade recém-inaugurada na capital federal -  (crédito: Arquivo pessoal)
Sala de aula da faculdade recém-inaugurada na capital federal - (crédito: Arquivo pessoal)

Uma nova modalidade de ensino superior chega a Brasília e oferece aos jovens a oportunidade de se graduar no Brasil e nos Estados Unidos. Trata-se da graduação com duplo diploma, o american college, no qual o aluno, após dois anos de estudo, vai para uma universidade americana para concluir a formação em áreas como ciência da computação, administração, economia, marketing e outras áreas de business (negócios). Com o corpo docente formado por educadores de todo o mundo, as aulas são ministradas 100% em inglês.

O modelo 2+2 (2 anos no Brasil e 2 nos EUA) é oferecido pela Hayek Global College, recém-inaugurada em Brasília, que atua em parceria com instituições americanas.  O diretor-executivo da Hayek, Edson Agatti Lima, diz ao Correio que a ideia, ao trazer o modelo de ensino americano para o Brasil, é oferecer uma formação diferenciada e construir uma ponte para os estudantes. “A Hayek pretende suprir a necessidade de conectar o Brasil ao resto do mundo. No Brasil hoje, com raras exceções, o ensino superior é conduzido em português e por professores brasileiros. Existe pouco contato com pessoas, professores e culturas estrangeiras. De certa forma, o ensino superior brasileiro vive de forma isolada do mundo, muito por causa da cultura e da língua”, analisa. 

De acordo com Agatti, além da Hayek, o modelo 2+2 em parceria com instituições de renome americanas só existe no curso american academy em Curitiba, na PUC do Paraná, que oferece a Kent State University, em Ohio. “Nosso curso traz o mesmo modelo, mas oferece aos alunos possibilidade de transferência para diversas instituições de ensino, como a Fort Hays, Alfred State, Kentucky State e a Cumberland. Dito isso, somos a primeira instituição do ensino superior no Brasil dedicada a ser 100% internacional”, diz o diretor. 

Experiência no exterior 

André Aires, 26 anos, fez intercâmbio no ensino médio e superior, mas afirma que, se tivesse tido a opção 2+2 na época em que entrou na faculdade, “tudo teria sido muito mais fácil”. Aos 16 anos, durante o ensino médio, ele fez um intercâmbio de um ano em Kansas (EUA) para aprender inglês e, para sua surpresa, acabou se destacando no futebol americano, ficando em terceiro lugar no ranking do país. No entanto, voltou ao Brasil, concluiu a educação básica e chegou a iniciar o curso de engenharia da computação, mas decidiu aplicar para uma universidade no Kansas, onde se formou em finanças em 2022.

Sobre o mercado de trabalho, ele revela que há muita demanda no país, especialmente em sua área. "Eles estão em busca de mão de obra especializada, uma grande oportunidade para os brasileiros", compartilha. Em maio deste ano, André se formou em contabilidade na Fort Hays State University. “Muitas portas abriram para mim na área de contabilidade pública. Agora, estou fazendo um MBA e trabalhando com uma empresa de auditoria e imposto de renda nos EUA”. Ele foi o primeiro funcionário estrangeiro da empresa e o quarto brasileiro no curso da universidade.

Após conhecer a modalidade 2+2 oferecida pela Hayek, da qual a Fort Hays State University é parte, André afirma que o projeto é, de fato, um facilitador para estudantes brasileiros que querem fazer o ensino superior nos Estados Unidos. “Vai ser uma ponte incrível para universidades americanas. A proposta é inovadora e vem com todos os benefícios de se formar lá, é algo para ser celebrado. Vai ajudar muito os estudantes a economizar e ter mais tempo para decidir o que eles querem estudar, a faculdade que eles querem ir. Se eu tivesse uma oportunidade dessa 6 anos atrás, quando decidi buscar meu ensino superior nos Estados Unidos, teria aproveitado”, defende.

  • De Fortaleza, André Aires, 26 anos, teve experiências de intercâmbio nos EUA durante o ensino médio e superior:
    De Fortaleza, André Aires, 26 anos, teve experiências de intercâmbio nos EUA durante o ensino médio e superior: "Se existisse a opção 2 2 na minha época, tudo teria sido mais fácil" Arquivo pessoal
  • O contador no evento de inauguração da Hayek Global College em Brasília, em 15 de agosto
    O contador no evento de inauguração da Hayek Global College em Brasília, em 15 de agosto Arquivo pessoal

O programa

O intercâmbio é, geralmente, uma experiência de 3 a 6 meses em algum país durante o estudo, com regresso à instituição e ao país de origem. Há, ainda, o intercâmbio digital, que amplia as possibilidades e reduz o custo da experiência tradicional. Já na modalidade 2+2, duas instituições de ensino colaboram em conjunto para oferecer experiências de ensino complementares, resultando na obtenção de dois diplomas. Em quatro anos, portanto, é recebida a titulação de tecnólogo no Brasil e o bacharelado nos EUA.

“Nos Estados Unidos, isso é muito comum entre os ‘comunity colleges’. A diferença é que estamos fazendo isso através de colaboração e diplomas de dois países diferentes. Nós também temos acordos de intercâmbio, hoje já firmados com diversas instituições no mundo, incluindo Philipinas, Coreia, Turquia, Havaí, Ucrânia, entre outras”, esclarece Edson Agatti.

Reconhecida em 8º lugar no Ranking Universitário Mundial para Inovação (WURI), a Hayek Global College oferece um método de ensino ministrado totalmente na língua inglesa, além de acompanhamento individualizado no processo de admissão, oportunidade de networking global, aulas específicas de mentoria de carreira e outros recursos disponíveis aos estudantes.

“A gente não pensa muito sobre, mas só de aprender em português, o brasileiro já sai perdendo. Nossos livros e textos, em grande maioria, são traduzidos do inglês e a quantidade de conteúdo disponível em português é bem mais limitada. Além disso, quem consegue buscar oportunidades de emprego e fazer novos negócios fora do Brasil multiplica por muitas vezes a sua renda futura”, explica o diretor. 

Seguindo o modelo americano, o aluno não precisa escolher, em primeiro momento, a área que ele quer seguir: o curso oferece disciplinas gerais e, no 3º ano, são oferecidas opções entre áreas de ciência da computação e negócios para cursar no exterior.

  • Entrada da Hayek Global College, na Asa Norte, em Brasília
    Entrada da Hayek Global College, na Asa Norte, em Brasília Arquivo pessoal
  • Sala de aula da faculdade recém-inaugurada na capital federal
    Sala de aula da faculdade recém-inaugurada na capital federal Arquivo pessoal
  • Hall da faculdade é inspirado em arquitetura tecnológica e moderna
    Hall da faculdade é inspirado em arquitetura tecnológica e moderna Arquivo pessoal

Como participar

O processo seletivo para o segundo semestre de 2024 oferece 32 vagas e as inscrições podem ser feitas no site: www.hayekcollege.com/american-college. Para se candidatar, é necessário que o estudante tenha concluído o ensino médio e seja fluente na língua inglesa. Além do Prouni e de bolsas parciais de até 25% por mérito no processo seletivo, há acordo de bolsas parciais também com as instituições parceiras. A primeira chamada de inscrição vai até 18 de outubro. 

A seleção é dividida em duas etapas. Na primeira, é avaliada a proficiência do candidato em matemática e inglês por meio de provas com critérios de aprovação/reprovação. Na segunda, os participantes serão classificados de acordo com o desempenho no seguinte conjunto: atividade de aula simulada, portfólio, histórico escolar do ensino médio e um vídeo gravado pelo interessado sobre as motivações para participar da experiência.

Sede

A Hayek foi inaugurada na última quinta-feira (15) em Brasília e está localizada na Asa Norte. O evento contou com reitores e presidentes de universidades nacionais e internacionais, representantes de embaixadas, parlamentares e figuras de referência no ensino superior global. 

A capital federal foi escolhida, segundo Edson Agatti, considerando a proximidade com a sede das embaixadas e uma oferta grande e crescente de diversas escolas de ensino básico e médio internacionais e bilíngues.

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