Rozana Naves, 50, é candidata à reitoria da Universidade de Brasília (UnB) pela chapa Imagine UnB: Participar e Transformar (93), ao lado de vice Márcio Muniz, professor titular do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. Ela enxerga, nesses quase trinta anos de carreira e com vasta experiência no campo universitário, a educação como uma possibilidade de "se manter jovem", uma vez que a universidade é um espaço de construção do conhecimento por meio da interação de pessoas pertencentes a gerações distintas.
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A professora trabalha na instituição desde 2006, quando passou no concurso como docente do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas e assumiu o cargo de coordenadora dos cursos noturnos de graduação do Instituto de Letras em 2007. Anteriormente, em 1991, ela ingressou no curso de licenciatura em letras na Universidade Católica de Brasília (UCB), escolheu a área porque se interessou nos estudos sobre lógica e raciocínio matemático. "Encontrei na linguística uma área de pesquisa que relaciona lógica formal e linguagem, que é a linguística gerativa, de Noam Chomsky — pesquisador norte-americano. Então, decidi que seria por aí que eu seguiria minha carreira".
No primeiro primeiro ano da faculdade, Rozana teve uma filha, o que mudou um pouco os planos da docente. Mesmo descrevendo essa experiência como “desafiadora”, ela diz que que contou com a ajuda da mãe, das irmãs e da sogra, o que a ajudou a se formar na universidade quatro anos mais tarde, em 1995. "O apoio da rede familiar facilitou muito, porque curso era vespertino e minha mãe ficava com a minha filha no período em que eu estava na universidade”.
O contato com a educação não parou por aí. Depois da graduação, Rozana continuou investindo nos estudos, ingressando no mestrado na Universidade de Brasília (UnB) em 1996 e defendendo sua dissertação em 1998. Ela foi encorajada a se inscrever no mestrado pelo professor Djalma Cavalcante Melo, de linguística histórica, no sexto período da graduação, que “avaliou a minha dedicação e o meu desempenho no curso, falou sobre a pós-graduação na UnB e me orientou para o processo seletivo”.
Em 2001, ela fez parte da primeira turma de doutorado do programa de pós-graduação em linguística pela mesma universidade, defendendo a tese quatro anos mais tarde, em 2005. Na época, ela foi orientada por Lúcia Lobato, professora e referência na linguística gerativista brasileira.
Referência
Rozana Naves nasceu no Distrito Federal em 1974, cresceu e morou no Guará até os três anos de idade, e depois se mudou Taguatinga, onde viveu por mais 24 anos. Criada com mais duas irmãs, ela descreve o núcleo familiar como um grupo de mulheres que também foram bem cuidadas pelo pai presente e a mãe, professora da educação básica, que teve jornada tripla de trabalho, que inclua a casa, as filhas e o trabalho.
Por influência materna, a educação sempre esteve presente na vida de Rozana, que, além de ter tido aulas com a mãe, estudou com bolsa nas escolas que ela trabalhou. "Fomos alunas dela e mantemos colegas daquela época até hoje. Sempre muito amorosa com todos, ainda que rigorosa, nos ensinou a agir com ética e respeito em relação a todas as pessoas da comunidade escolar: da direção à responsável pela limpeza”.
Compromisso
A democracia é um dos eixos principais da gestão Rozana, considerando a maneira mais autêntica do exercício de cidadania. “A universidade tem de ser o espaço para esse exercício e para essa formação, por isso, nosso programa traz como eixo transversal a promoção de uma gestão democrática e participativa”, defende.
Temas atuais, como a sustentabilidade, são outro ponto importante para a candidata. “Nos preocupamos em devolver na UnB o protagonismo na discussão dos grandes temas de relevância nacional e internacional, com a proposta de soluções para os grandes desafios e o desenvolvimento do país. Para isso, elegemos o tema da justiça socioambiental como área transdisciplinar que congrega o ensino, a pesquisa, a extensão e a inovação”.
Além disso, Rozana também quer garantir um ambiente mais acolhedor, com pluralidade de ideias e que haja respeito entre os atores envolvidos. “Uma universidade livre de assédios e de toda forma de discriminação, que potencialize a nossa criatividade e que priorize a convivência pacífica e humanizada. As pessoas são sempre o patrimônio mais importante de uma instituição. Cuidar uns dos outros é nossa prioridade”.
Diante dessas propostas, a professora tem expectativas de tornar o ambiente universitário mais próximo e acolhedor para todos. Se eleita, ela tem expectativas de “poder promover a transformação dessa Universidade que amamos e que defendemos por meio da qualidade do nosso trabalho. Esperamos trazer de volta o desejo das pessoas de imaginar uma instituição diferente, que é vanguarda e que tem história. Esperamos que as pessoas sintam novamente o prazer de pertencer à UnB”.
*Estagiária sob supervisão de Marina Rodrigues