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Decisão judicial

Universitária que desviou R$ 1 milhão na USP é condenada por estelionato

Conforme a decisão, a aluna se aproveitou do posto de presidente da comissão de formatura para desviar os recursos e utilizá-los em proveito próprio

Isabela Stanga
postado em 02/07/2024 20:02
Há provas de que Alicia utilizou os recursos em proveito próprio, a fim de comprar um celular e um relógio, aluguel de veículo, custeio de estadia e investimentos financeiros -  (crédito: Reprodução/Lattes)
Há provas de que Alicia utilizou os recursos em proveito próprio, a fim de comprar um celular e um relógio, aluguel de veículo, custeio de estadia e investimentos financeiros - (crédito: Reprodução/Lattes)

A aluna da Universidade de São Paulo (USP) Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, foi condenada por estelionato pela Justiça de São Paulo nesta terça-feira (2/7), com pena de cinco anos de reclusão. A estudante confessou ter desviado quase R$ 1 milhão do fundo de formatura de sua turma, sendo ela presidente da comissão da festa.

O caso foi julgado na 7ª Vara Criminal da capital. Ainda cabe recurso. O Correio tenta contato com a defesa de Alicia.

Nos autos, o juiz Paulo Eduardo Balbone Costa determinou, além da reclusão, o pagamento de indenização às vítimas, no mesmo valor do prejuízo causado.

Conforme a decisão, a aluna se aproveitou do posto de presidente da comissão de formatura do curso de medicina para solicitar à empresa organizadora da festa que os pagamentos fossem transferidos para uma conta bancária de sua titularidade, sem consentimento dos colegas.

Há provas de que ela utilizou os recursos em proveito próprio, a fim de comprar um celular e um relógio, alugar veículos, custear estadias e realizar investimentos financeiros. A investigação policial apontou que ela recebeu nove transferências do fundo de formatura para contas próprias, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

Nas palavras do magistrado, Alicia “traiu a confiança de seus pares, desviando recursos que pertenciam aos colegas de turma (o que revela maior opróbio do que a prática de estelionato contra vítima a quem não se conhece), quando as vítimas não atuavam movidas pela própria cupidez".

O caso se tornou conhecido em janeiro de 2023, quando a própria estudante escreveu no grupo de WhatsApp do curso que tinha investido parte do dinheiro arrecadado para a festa em uma corretora, que teria lhe dado um calote. No entanto, a versão não se sustentou.

Posteriormente, a jovem informou à polícia que investiu o valor, mas que perdeu o dinheiro por não ter conhecimento em finanças. Assim, ela teria começado a jogar na loteria para tentar recuperar os recursos.

A investigação demonstrou as transferências realizadas em benefício próprio: repasses da empresa Ás Formaturas para três contas pessoais de Alicia, a pedido da estudante.

Cada uma das transferências pode ser considerada um crime, com pena máxima de quatro anos de reclusão.

A empresa organizadora da festa disse ao Procon que se comprometia em absorver o prejuízo de R$ 920 mil da turma de medicina e realizar o evento sem custo extra para os formandos.

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