Eu, Estudante

GREVE

Após propostas do governo, greve nas universidades será decidida nas próximas semanas

Segundo informações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), os professores irão consultar as bases ao longo das próximas duas semanas para deliberar sobre o término da greve

Na noite desta sexta-feira (14/6), o Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) se reúne para avaliar a proposta apresentada pelo governo Lula (PT) em uma tentativa de resolver a greve dos professores de universidades e institutos federais. O governo fez um novo aceno aos docentes durante reunião na manhã desta sexta, mas a decisão final sobre a aceitação, ou não, da proposta será tomada nas próximas semanas.

Segundo informações da assessoria da Andes, os professores das universidades e institutos federais irão consultar as bases ao longo das próximas duas semanas para deliberar sobre o término da greve. O Comando Nacional de Greve vai orientar os docentes a realizarem assembleias estaduais para decidirem se aceitam ou não a proposta governamental. Somente após essa etapa é que os docentes decidirão se mantêm ou encerram a greve.

Avanços desta sexta-feira

Com um diálogo em avanço, os comandos nacionais de greve do Andes, do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinafese) e da Federação de Sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos em educação das instituições de ensino superior públicas (Fasubra) estiveram em mesa de negociação com Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) na manhã desta sexta-feira (14/6). 

Para eles, o principal avanço foi a promessa de revogação imediata da Portaria 983/20, que aumentou a carga horária dos professores. No entanto, a pauta salarial permanece sem uma proposta concreta, um ponto crítico que ainda precisa ser resolvido. A decisão sobre a continuidade da greve dependerá das assembleias que acontecerão na próxima semana, onde os professores discutirão a proposta do governo. 

O que diz o MEC

Nesta sexta-feira (14), o  Ministério da Educação (MEC) divulgou uma série de propostas voltadas ao fortalecimento do ensino técnico e ao reconhecimento de saberes e competências dos docentes.

Entre as propostas apresentadas, o MEC se posicionou sobre o RSC para professores inativos. A Consultoria Jurídica do Ministério da Educação, em conjunto com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), articulará uma posição favorável ao fim dos recursos em processos judiciais cujo objeto seja a concessão do RSC aos docentes aposentados. A medida busca agilizar a concessão do reconhecimento, reduzindo a burocracia e beneficiando aqueles que dedicaram suas carreiras à educação técnica.

Outra proposta significativa envolve a criação do Técnico-Administrativo em Educação (TAE) substituto, que prevê a contratação temporária de profissionais para cobrir afastamentos ou licenças de servidores, garantindo a continuidade dos serviços e minimizando os impactos dessas ausências.

O secretário-executivo substituto do MEC, Gregório Grisa, destacou a importância do diálogo contínuo e construtivo promovido pela mesa setorial. “A ideia é de que a mesa setorial seja uma mesa de trabalho, com a frequência devida. Este governo e este Ministério não se furtarão do diálogo”, afirmou Grisa. Ele ressaltou que a reunião não abordaria questões com impacto orçamentário, mas enfatizou o esforço do governo nas negociações.

Grisa também comentou sobre os avanços nas negociações com os docentes e TAEs, destacando a importância das conquistas recentes. “Temos um avanço para docentes e TAEs bastante significativo com as propostas do governo. Não há notícias de uma conquista desse tamanho para as categorias nos últimos anos. Por isso, reforço aqui o apelo do Ministro (da Educação) Camilo Santana para o movimento dar um encaminhamento inédito à greve, garantindo um acordo com todas as entidades. É preciso analisar o tamanho da conquista. O Presidente Lula nunca deixou de fazer reajuste acima da inflação e o que temos na proposta é uma previsão com ganhos reais importantes”, concluiu.