Depois da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cujos professores voltaram às atividades em 10 de junho, ontem foi a vez de a Universidade de Brasília (UnB) anunciar que retoma as aulas no próximo dia 26. Várias assembleias foram realizadas ao longo do dia e a expectativa é de que outras unidades de ensino abandonem, a partir da próxima semana, a paralisação nacional que vinha desde 15 de abril.
A presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), Eliane Novaes, explicou ao Correio que a decisão de encerrar a greve na UnB não significa que as demais universidades federais seguirão o mesmo caminho. Mas há uma tendência de retomada das aulas.
"Outras universidades voltarão, dependendo das decisões da assembleia, em outras datas. Estamos indicando que esse retorno da greve será mais ou menos unificado. Algumas universidades rejeitaram a proposta de voltar, porém a maior parte está indicando o retorno a partir da próxima semana", observou Eliane.
A greve paralisou mais de 60 universidades federais pelo Brasil, que se uniram para pressionar as negociações com o governo federal. Porém, nem todas as reivindicações foram atendidas, conforme frisou a presidente da ADUnB.
"Saímos dessa greve ainda sem todas as reivindicações atendidas. Nosso papel é continuar a luta pelas pautas que não foram atendidas. Hoje (ontem), estamos fazendo assembleias pelo Brasil para definir indicativos de datas em que as greves estão para ser finalizadas. Essas propostas serão levadas para o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes)", explicou Eliane. Neste final de semana, haverá reuniões nas quais também se discutirão as reivindicações que continuam em aberto e as estratégias de diálogo com o governo.
Balanço
Lúcia Lopes, terceira vice-presidente da Andes, fez um balanço sobre o movimento. Para ela, o resultado foi positivo, mesmo não tendo sido atendidas todas as demandas apresentadas pelos professores.
"Tivemos ganhos, contudo não corresponde àquilo que gostaríamos. Queremos sair da greve como entramos — fortes. Avalio que foi um movimento muito positivo, uma luta que marcou a defesa da educação pública, por mais orçamento para as universidades, pela defesa de condições de trabalho melhores, além da recomposição e da reestruturação das carreiras profissionais. Por isso, foi uma greve muito positiva", disse.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi