Os professores da Universidade de Brasília (UnB) aprovaram o fim da greve a partir da próxima quarta-feira (26/6). A decisão foi tomada na tarde desta quinta (20/6), após votação na assembleia geral convocada pela Associação dos Docentes da UnB (ADUnB).
Os encaminhamentos das assembleias de todas as seções sindicais serão finalizadas até amanhã (21/6) e os resultados serão apresentados ao Comando de Greve (CNG) do Andes-Sindicato Nacional (Andes-SN). Neste final de semana, o CNG decidirá sobre a saída coletiva da paralisação, que já dura 66 dias, e a assinatura do acordo junto ao governo federal.
De acordo com o vice-reitor e presidente do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), Enrique Huelva, haverá uma reunião na próxima quinta-feira (27/6) para definir a proposta que será levada à discussão das unidades acadêmicas. “Todos os dias de paralisação serão repostos. São dias letivos. Sempre funcionou assim em outros momentos que passamos por greve na UnB. Desta vez, não será diferente", pontuou. O encontro está marcado para as 14h30, no auditório da reitoria.
Acordo
Durante a assembleia, os docentes também aprovaram a proposta do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentada na última mesa de negociação, em 14 de junho. "É importante frisar que houve a aprovação da proposta, mas também uma grande insatisfação pelo nível da mesma", afirma Eliene Novaes, presidente da ADUnB-S.Sind.
Apesar de o governo não atender a todas as reivindicações da categoria, as entidades da educação federal tiveram avanços, como os aumentos relativos aos benefícios de auxílio-creche, auxílio-alimentação e saúde suplementar.
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As pastas ofertam, ainda, a revogação da Portaria MEC nº 983, de 18 de novembro de 2020; a criação de grupo de trabalho, a partir da assinatura do acordo, com duração de 60 dias para avaliar a questão; articulação junto ao MGI para uma posição favorável ao fim dos recursos nas demandas judiciais em processos cujo objeto seja a concessão de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) aos inativos; e articulação junto ao MGI sobre a previsão de regras padronizadas nacionais para a progressão docente.
Recomposição
Segundo o governo, serão mais de R$ 3,77 bilhões em investimentos para as universidades federais, com implantação de 10 novos campi nas cinco regiões do país. Além disso, R$ 1,75 bi serão destinados aos hospitais universitários, totalizando R$ 5,5 bi para todas as instituições públicas federais de ensino superior.
Em junho de 2024, a complementação orçamentária para custeio será de 400 milhões, sendo R$ 279,2 mi para universidades e R$ 120,7 mi para institutos federais.
Próximos passos
Ao Correio, a ADUnB afirmou que a mobilização não acaba com o aceite da proposta nem com o retorno das atividades. "Essa assembleia indica o fim da greve, mas temos uma grande tarefa pela frente: discutir a reorganização do calendário acadêmico e do semestre, além da assinatura do acordo", adianta Eliene.
O Comando Nacional de Greve enviou um comunicado às seções sindicais, secretarias regionais e aos comandos locais de greve do Andes-SN sobre a suspensão dos calendários acadêmicos em todo o país. Confira aqui.
*Estagiária sob a supervisão de Marina Rodrigues