GREVE

Greve: técnicos da educação federal se reúnem com governo nesta terça

Categoria completa 90 dias em greve, nesta terça-feira (11/6). Reunião ocorrerá em meio a protestos de servidores e críticas feitas por Lula

Francisco Artur
postado em 11/06/2024 11:39
Técnicos universitários fazem manifestação em frente ao MGI -  (crédito: Reprodução/Instagram @SintFub)
Técnicos universitários fazem manifestação em frente ao MGI - (crédito: Reprodução/Instagram @SintFub)

Técnicos de universidades e institutos federais se reúnem às 16h desta terça-feira (11/6) com representantes do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) para discutir impasses em propostas salariais. Em greve há 90 dias, os sindicatos que representam a área técnica não chegaram a um consenso com o governo.

Enquanto os técnicos administrativos pedem aumento salarial de três parcelas de 10,34% (2024, 25 e 26), o MGI colocou à mesa uma proposta de reajuste na remuneração em 9% em 2025, mais 3.5% de aumento em 2026. Essa proposta, inclusive, foi modificada na última reunião entre as partes, em 21 de maio. À ocasião, o governo propôs aumento de 5% em 2026. Assim, a proposta passou a ser 9% no ano que vem e 5% em 2026.

Rechaçada

A negativa em reajustar os salários a partir deste ano é o principal impasse entre sindicatos e MGI. Na programação de greve, ao passo que líderes sindicais e representantes do Ministério da Gestão tentarão chegar a um consenso nesta terça, funcionários técnicos e universidades e institutos federais farão um ato em frente ao prédio da pasta, em Brasília.

Segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos (Fasubra), a expectativa é que entidades sindicais de todo o Brasil venham à capital federal, para se manifestar no momento da reunião entre as partes. "Tragam materiais de manifestação da sua base (sindical)", convocou a Fasubra.

Universidades paradas

Além dos técnicos-administrativos, a paralisação nas universidades abrange os professores. Ao todo, 62 instituições de ensino superior, dentre elas, 55 universidades, cinco institutos e dois centros federais de educação estão em greve. Os professores estão em greve desde abril.

Na proposta voltada aos docentes, o governo colocou reajuste salarial de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, sem reajuste em 2024. Essa ideia chegou a ser aprovada pela Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proífes), que assinou um acordo com o governo.

Essa iniciativa, no entanto, foi questionada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que judicializou o acordo. O juiz Edmilson da Silva Pimenta, da 3ª Vara Federal de Sergipe, então, anulou a assinatura firmada entre o governo federal e a Proifes.

Lula critica greve

À iminência de completar os 90 dias de greve na área técnica universitária, nesta segunda-feira (10/6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou não haver "muita razão" para que os servidores continuem paralisados. O recado ocorreu após o anúncio de R$ 5,5 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras em unidades federais. 

Esse evento, realizado em Brasília, contou com a participação de reitores universitários. No anúncio, também foi divulgada uma recomposição de R$ 400 milhões para o orçamento de custeio das instituições federais, como manutenção dos prédios e financiamento de pesquisas científicas. Enquanto Lula falava, professores e técnicos de universidades realizavam uma manifestação na Praça dos Três Poderes.

"A greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não pode acontecer é que ela termine por inanição, porque as pessoas ficam desmoralizadas", declarou Lula, ao fim da solenidade. "Eu era dirigente sindical, eu nasci no tudo ou nada. É 100% ou é nada. Muitas vezes, eu fiquei com nada. E acho que, nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, não há muita razão para essa greve durar o tempo que ela está durando", afirmou o presidente.

 

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