Servidores e professores

Lula diz que não há razão para greve na educação durar tanto tempo

Em evento com reitores para anunciar investimentos nas universidades, Lula disse que muitos dirigentes sindicais começam uma greve, mas não têm coragem de encerrar

Victor Correia
postado em 10/06/2024 12:55 / atualizado em 10/06/2024 12:57
Lula defendeu nesta segunda (10/6) que
Lula defendeu nesta segunda (10/6) que "não há razão" para que a greve dos professores e técnico-administrativos dure por tanto tempo, e que é preciso retomar as aulas - (crédito: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira (10/6), o fim da greve dos professores e servidores técnico-administrativos da educação superior. Segundo o presidente, “não há muita razão” para que a greve dure tanto tempo — 60 dias para os professores e 90 para os servidores. 

Lula afirmou ainda que muitos dirigentes sindicais "não têm coragem de encerrar a greve" e chamou de "não recusável" a proposta já apresentada pelo governo. Também disse que, quando era dirigente sindical e defendia o "tudo ou nada", muitas vezes ficou sem nada.

"A greve, ela tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não pode acontecer é que ela termine por inanição, porque as pessoas ficam desmoralizadas", declarou o presidente, no fim do evento que destinou R$ 5,5 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para as universidades, além de um acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio das instituições.

"Eu era dirigente sindical, eu nasci no tudo ou nada. É 100% ou é nada. Muitas vezes, eu fiquei com nada. E eu acho que, nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, não há muita razão para essa greve durar o tempo que ela está durando”, acrescentou o presidente. Lula também fez críticas aos dirigentes que têm condição de começar uma greve, mas não de terminar.

Proposta "não é um montante recusável"

Durante o anúncio, que contou com a presença de reitores das instituições federais, professores e servidores protestaram em frente ao Palácio do Planalto. Eles reclamam de não terem sido convidados para a solenidade. Dirigindo-se aos grevistas, Lula defendeu que considerem encerrar a paralisação.

“Eu só queria que levassem em conta o seguinte: o montante de recursos que a companheira Esther (Dweck, ministra da Gestão) colocou à disposição não é um montante recusável. Porque, se não, nós vamos falar de universidades e Institutos Federais, e os alunos esperam voltar para a sala de aula”, afirmou Lula.

O governo apresentou às duas categorias uma proposta de reajuste em 2025 e 2026 com impacto total no orçamento de R$ 10 bilhões. Porém, os grevistas defendem que haja reajuste ainda em 2024, o que o governo diz não ser possível. 

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