O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira (10/6), o fim da greve dos professores e servidores técnico-administrativos da educação superior. Segundo o presidente, “não há muita razão” para que a greve dure tanto tempo — 60 dias para os professores e 90 para os servidores.
Lula afirmou ainda que muitos dirigentes sindicais "não têm coragem de encerrar a greve" e chamou de "não recusável" a proposta já apresentada pelo governo. Também disse que, quando era dirigente sindical e defendia o "tudo ou nada", muitas vezes ficou sem nada.
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"A greve, ela tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não pode acontecer é que ela termine por inanição, porque as pessoas ficam desmoralizadas", declarou o presidente, no fim do evento que destinou R$ 5,5 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para as universidades, além de um acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio das instituições.
"Eu era dirigente sindical, eu nasci no tudo ou nada. É 100% ou é nada. Muitas vezes, eu fiquei com nada. E eu acho que, nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, não há muita razão para essa greve durar o tempo que ela está durando”, acrescentou o presidente. Lula também fez críticas aos dirigentes que têm condição de começar uma greve, mas não de terminar.
Proposta "não é um montante recusável"
Durante o anúncio, que contou com a presença de reitores das instituições federais, professores e servidores protestaram em frente ao Palácio do Planalto. Eles reclamam de não terem sido convidados para a solenidade. Dirigindo-se aos grevistas, Lula defendeu que considerem encerrar a paralisação.
“Eu só queria que levassem em conta o seguinte: o montante de recursos que a companheira Esther (Dweck, ministra da Gestão) colocou à disposição não é um montante recusável. Porque, se não, nós vamos falar de universidades e Institutos Federais, e os alunos esperam voltar para a sala de aula”, afirmou Lula.
O governo apresentou às duas categorias uma proposta de reajuste em 2025 e 2026 com impacto total no orçamento de R$ 10 bilhões. Porém, os grevistas defendem que haja reajuste ainda em 2024, o que o governo diz não ser possível.