A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, defendeu nesta segunda-feira (10/6) que o governo chegue a um acordo com professores e servidores técnico-administrativos das instituições federais para pôr um fim à greve na Educação, que já dura 90 dias. Márcia também é presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino (Andifes), que representa os reitores.
Márcia participou de evento no Palácio do Planalto que anunciou novos recursos para as universidades, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reitora reconheceu os esforços do governo para recompor o orçamento das universidades, mas destacou que o montante ainda é insuficiente.
“São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país, e que possuem remunerações muito defasadas, ainda mais quando comparamos com algumas carreiras, que tiveram reajustes recentemente. Há técnicos que chegam a ganhar menos que um salário mínimo”, declarou Márcia sobre as categorias em greve. Durante o evento, professores e servidores federais protestaram em frente ao Palácio do Planalto. Eles reclamam que não foram convidados para o anúncio.
“Esperamos que ainda essa semana governo e sindicatos cheguem a uma solução negociada, pacificado a situação. Estamos à disposição para continuar contribuindo”, disse ainda a reitora.
As categorias pedem reajuste salarial ainda em 2024, o que o governo diz não ser possível. A proposta da gestão federal inclui reajustes em 2025 e 2026, além de aumentos nos benefícios. A greve já pressiona o governo federal, que busca o fim da paralisação o mais rapidamente possível. Nesta semana, estão marcadas novas reuniões com professores e servidores.
Recomposição do orçamento
A expectativa é que, com o anúncio de mais recursos para a educação superior, o governo possa fechar o acordo. A recomposição do orçamento é uma das pautas das categorias. Hoje, Lula anunciou R$ 5,5 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras em universidades e R$ 400 milhões a mais para o custeio das instituições.
Com os anúncios, o orçamento das institui para 2024 fecha a R$ 6,38 bilhões, ainda distante do defendido pela Andifes, de R$ 8,5 bilhões. “Esse valor nos aproximaria, ou nos aproximará, espero, do orçamento de 2017, considerando a inflação. Esperamos que o orçamento de 2025 nos coloque em condições de atender o presente e planejar um futuro melhor”, disse Márcia
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