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Professores mantêm greve e se organizam para as próximas reuniões com o governo

62 instituições federais estão em greve e outras três terão suas atividades paralisadas na próxima segunda-feira (10/6). Sindicatos afirmam que a luta continua

Marina Rodrigues
postado em 06/06/2024 18:12 / atualizado em 06/06/2024 18:41
Professores e servidores técnico-administrativos estão paralisados há mais de dois meses -  (crédito: Kayo Magalhães/CB)
Professores e servidores técnico-administrativos estão paralisados há mais de dois meses - (crédito: Kayo Magalhães/CB)

 Em nota publicada nesta quinta-feira (6/6), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) comunicou atualizações sobre o quadro de greve dos professores federais, após a suposta reabertura das negociações com o governo.

“A greve docente federal continua e fortalece ainda mais a greve da educação federal. Nesta quinta-feira (6), o quadro de greve aponta 62 Instituições em greve e mais 3 com deflagração prevista para 10 de junho, segunda-feira. Na quarta-feira (5), docentes da UFMG aprovaram a suspensão da greve, mas as mobilizações foram mantidas”, diz o documento.

Após manifestação da categoria, ocupação e vigília em frente ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) na segunda-feira (3/6), o governo decidiu marcar novas reuniões na próxima semana. No dia 11, com os técnicos-administrativos em educação (TAEs), e no dia 14, com os docentes federais.

Agenda

O Comando Nacional de Greve (CNG) do Andes-SN convocou as seções sindicais a intensificarem as atividades em Brasília e nos estados, afirmando que “os dias 11 e 14  de junho serão cruciais para a greve da educação federal”. Além de discutir estratégias para pressionar o governo a atender a contraproposta da categoria, o CNG orientou a realização de atos públicos locais unificados e o diálogo com parlamentares. 

As atividades estão sendo organizadas também pelo Sindicato Nacional que representa os servidores (docentes e técnicos) da Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica (Sinasefe).

UnB

Em conformidade com as recomendações do CNG, a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília - Seção Sindical do Andes-SN (ADUnB-S.Sind) promoveu, na tarde desta quinta-feira (6/6), no Centro Comunitário da universidade, mais uma assembleia geral permanente para discutir as próximas mobilizações. No entanto, a continuidade da greve não esteve em pauta.

Cerca de 180 professores e professoras estiveram presentes na ocasião. Os participantes anunciaram uma audiência, no dia 10 de junho, com o presidente Lula e os reitores das universidades e institutos federais. De acordo com a ADUnB, haverá mobilizações unificadas durante todas as reuniões com o governo.

Coleta de assinaturas

O Andes-SN elaborou uma carta aberta a deputados e deputadas federais, com o objetivo de obter apoio às reivindicações do movimento grevista. O sindicato está coletando assinaturas dos parlamentares e comparecendo a audiências públicas na Casa para ampliar o debate. Além disso, reitera a denúncia contra a Proifes-Federação, que, de acordo com o Andes, assinou acordo com o governo “sem legitimidade nem legalidade”.

Entre os pontos destacados na carta, então a melhoria das condições de trabalho; a urgente recomposição do orçamento das universidades, institutos e centros federais de ensino; a revogação de medidas antidemocráticas contra a categoria desde 2016; modificações na estrutura da carreira docente, bem como a recuperação do poder de compra dos trabalhadores. Confira a lista de deputados apoiadores aqui.

O que diz a Proifes

Em publicação nas redes sociais, a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação) acusou o sindicato de “piorar a situação". “Como esperado, o Andes e o Sinasefe não assinaram o acordo com o governo para o reajuste salarial dos docentes e servidores do ensino superior – depois de três horas de conversa com os interlocutores federais na tarde desta segunda-feira (3). Os docentes, que antes ainda tinham a possibilidade de contar com uma reposição para 2025 e 2026, agora correm o risco de não ter nada em 2025”.

Ao Correio, o presidente da federação, Wellington Duarte, afirmou que, mesmo com a suspensão do acordo entre a entidade e o governo por parte da Justiça, “nada mudou”. Isso porque o governo segue dizendo que as negociações foram encerradas, indicando que não há mais espaço para pautas salariais. “Pelo que eu sei e pelo que está sendo colocado para nós é que vai haver, sim, uma reunião dia 14 para tratar de assuntos extraorçamentários, portanto não haverá nenhuma reabertura de negociações. Nós estamos apenas aguardando o desenrolar dos acontecimentos, mas nada mudou até agora”.

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