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Após pressão de sindicatos da educação, governo marca novas mesas de negociação

Postura do governo foi considerada "intransigente" durante reunião com representantes do Andes-SN e do Sinasefe, nesta segunda (3/6), sobre retomada das tratativas com as categorias. Novos encontros foram confirmados após ocupação do MGI

Júlia Giusti*
Marina Rodrigues
postado em 03/06/2024 19:43 / atualizado em 03/06/2024 20:46
Dirigentes e representantes dos CNGs, que ocuparam o MGI até o governo recuar e marcar novas reuniões -  (crédito: Scarlett Sofia/Sinasefe)
Dirigentes e representantes dos CNGs, que ocuparam o MGI até o governo recuar e marcar novas reuniões - (crédito: Scarlett Sofia/Sinasefe)

O governo propôs nova data para negociações com docentes e servidores de educação nesta segunda-feira (3/6). A decisão ocorreu após pressão de representantes dos Comandos Nacionais de Greve (CNGs) e das diretorias do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). As mesas foram agendadas para os dias 11/6, com os técnicos-administrativos em educação (TAEs), e 14/6, com os docentes federais.

Os sindicatos resolveram ocupar a sala do prédio do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), onde se reuniram com o governo, durante a tarde, para reabrir as negociações. O ato ocorreu depois que a reunião com representantes do governo foi interrompida pelo secretário de Relações de Trabalho, José Lopez Feijóo, sem apresentação de uma agenda para a continuidade das negociações. Ao mesmo tempo, do lado de fora, os sindicatos realizam uma vigília em frente ao MGI. 

Durante a reunião, Feijóo reiterou a proposta apresentada nas últimas reuniões, que já havia sido rejeitada amplamente pela categoria docente e que consta no acordo suspenso por liminar judicial assinado com a Fundação do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Público Federal (Proifes) no dia 27 de maio. O Andes e o Sinasefe não consideram o sindicato como representativo dos servidores.

Os representantes dos docentes em greve cobraram também resposta às contrapropostas já apresentadas pelo Andes-SN e pelo Sinasefe, que ainda não foram recebidas pelo governo.

 

Vigília dos professores e técnicos em frente ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, em Brasília
Vigília dos professores e técnicos em frente ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, em Brasília (foto: Andes-SN/Divulgação)

Reajuste

Em nota publicada nesta segunda (3/6), o secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, comentou sobre a proposta de recomposição às categorias. "Os docentes tinham quatro faixas salariais no início. Para atender à demanda de melhoria, juntamos as quatro numa única, o que significou reajuste de até 31% no início de carreira". 

"Também reajustamos steps, degraus galgados até o topo da carreira. Tínhamos estepes de 5,5% no início e depois de 5%, 3 de 4%, 1 de 25% e mais três de 4%. A pedido das entidades, reajustamos estepes de 4% para 4,5% em janeiro de 2025 e para 5% em maio de 2026, além de aplicarmos reajuste na tabela salarial. Significa que, para os docentes, houve variação de reajuste de 13% a 31%. No topo da carreira, o reajuste é da ordem de 17%. Com isso, 77% das demandas foram atendidas.", disse.

TAEs

Os técnicos-administrativos são a carreira que menos recebe de todo o Executivo federal, de acordo com Camila Martins, do comando municipal de greve em Campina Grande. "O governo Lula tem focado em dizer que vai diminuir as disparidades salariais, mas nas negociações tem deixado os técnicos ganharem bem menos. Se a gente aceitasse a proposta que estão oferecendo, continuaríamos numa distância enorme do segundo pior salário, então não está diminuindo as disparidades, está oferecendo menos a quem ganha menos", explica.

As categorias lutam por reajuste ainda neste ano.

*Estagiária sob a supervisão de Marina Rodrigues

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