paralisação

Greve dos professores continua após acordo unilateral com o governo

Andes-SN e Sinasefe criticam assinatura da proposta com a Proifes-Federação e prometem fortalecimento da greve

Marina Rodrigues
Maria Eduarda Lavocat
postado em 28/05/2024 16:40 / atualizado em 28/05/2024 17:26
Ato em frente ao MGI no dia 27 de maio  -  (crédito: Kayo Magalhães )
Ato em frente ao MGI no dia 27 de maio - (crédito: Kayo Magalhães )

Apesar de o governo ter assinado, nesta segunda-feira (27), um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), a greve dos docentes continua.

Isso ocorre pois a entidade não possui carta sindical legalizada e, portanto, não teria representatividade nas bases, de acordo com o Andes-Sindicato Nacional (Andes-SN) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). O Andes-SN e o Sinasefe, que estão à frente do comando de greve, acusam a Proifes de arquitetar “golpe” em reunião secreta e frisam que o acordo não interrompe a paralisação.

Paralisação

Ao Correio Braziliense, o presidente do Sinasefe, Carlos David de Carvalho Lobão, afirmou que a greve continua, de forma ainda mais fortalecida. “O governo tenta encerrar a greve assinando um acordo com uma entidade sem legitimidade. Contestaremos isso judicialmente, pois a greve continua forte e necessária para garantir nossos direitos”, disse. 

O governo reafirmou, durante a reunião desta segunda (27/5), que não há mais margem para negociação nem reajuste em 2024, mas, após pressão dos sindicatos, aceitou se reunir novamente no dia 3 de junho. “Esperamos que, nessa data, nós tenhamos uma efetiva mesa de negociação e não mais um momento de intransigência da parte do governo federal, que se nega a negociar com professores e professoras”, disse Gustavo Seferian, presidente do Andes-SN. 

O intuito dos sindicatos é não só manter a greve, mas também fortalecê-la para pressionar o governo a mudar de posição. “Estabelecemos o dia 3 como um dia nacional de luta pela educação. Nosso objetivo é intensificar a greve e garantir que 100% dos serviços sejam afetados no dia 3, para que o governo nos dê uma resposta satisfatória”, revelou Lobão.

Próximos passos

O Comando Nacional de Greve (CNG) emitiu um documento, nesta terça-feira (28/5), relatando os acontecimentos na reunião com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e orientando as seções sindicais, secretarias regionais e os comandos locais de greve do ANDES-SN sobre a continuidade da paralisação. Confira a íntegra.

O Andes-SN divulgou a lista atualizada do quadro de greve, com 59 universidades, institutos e centros de educação federais que seguem paralisadas, incluindo a Universidade de Brasília (UnB). A Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) adere ao movimento nesta terça-feira (28) e a Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), na próxima segunda (3/6).

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