Está em andamento, na tarde desta segunda-feira (27/5), as tratativas da mesa de negociação entre os docentes de universidades e institutos federais e o governo federal. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que coordena os encontros, salientou que apresentou a “proposta final”, no dia 15 de maio, e deu um ultimato aos sindicatos. Porém, há a possibilidade de o governo voltar atrás e reabrir as negociações.
Além da manifestação de professores em frente ao MGI, as divergências entre as entidades que representam os professores universitários também marcam o dia: o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) defende a continuidade das negociações enquanto a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação) concorda com a assinatura da proposta e o fim da greve.
O Comando Nacional de Greve (CNG) do Andes-SN protocolou uma contraproposta nesta segunda (27), a partir das discussões realizadas nas assembleias de base, que apresenta “proposições sobre reajuste, revogaço, aposentadoria, orçamento e carreira” ao governo. “É parte do esforço do movimento docente de voltar a negociar com o governo, após a interrupção unilateral das mesas de negociação pelo MGI”, publicou a Associação dos Docentes da UnB (ADUnB-Seção Sindical), em nota.
Diante disso, o CNG do Andes-SN e a Assessoria Jurídica Nacional (AJN) afirmaram que existem motivações jurídicas suficientes para ingressar com ação judicial e “evitar um possível golpe da Proifes”, apontando para a retirada da “entidade ilegítima” da mesa de negociação. “Compreendemos que quanto mais ações judiciais forem propostas, mais chances de obter uma liminar que impeça o Proifes de assinar qualquer acordo”, afirma o CNG.
Ao Correio, o Proifes informou que “tem autonomia e sempre assinou as propostas pela categoria”, e que, inclusive, apresentou proposições na mesa de negociação com o governo. O conselho deliberativo da Federação se reuniu neste domingo (26/5) para avaliar o resultado das rodadas de consultas, reuniões e assembleias gerais dos sindicatos locais, que “ocorreram de forma democrática”, e indicou que, pela maioria dos sindicatos federados, a decisão foi pela aprovação da proposta e o encerramento das paralisações.