A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília - Seção Sindical do Andes-SN (ADUnB-S.Sind) realizou, nesta quinta-feira (2/5), no auditório do centro cultural da ADUnB, mais uma assembleia geral para deliberação. Em pauta, a elaboração da nova proposta do Comando Nacional de Greve, a ser apresentada ao governo na continuidade da negociação, além da definição das atividades previstas para a próxima semana.
Na mesa, constou a presença de Eliene Novaes Rocha, presidente da ADUnB; Jodette Amorim, 2ª vice-presidente; e Alexandre Bernadine Costa, suplente. As pautas e informes foram listados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Diretório Central dos Estudantes (DCE), Comando Nacional de Greve do Sinasefe (CNG) e Comando Local de Greve (CLG), com cerca de 130 docentes no auditório.
“Nós estamos no processo de negociação, apreciando a proposta elaborada pelo Comando Nacional, para configurar a contraproposta final a ser apresentada para o governo. Vale ressaltar que não há nenhuma sinalização do governo, até o momento, de uma mesa de negociação para discussão da proposta de reajuste. Tem propostas que a gente acha que podem ser melhoradas, vamos avaliar para decidir o que será apresentado nas negociações. Então, ainda estamos em processo de construção dessa greve, aglutinando mais pessoas e reafirmando essas propostas que estão na mesa de negociação”, afirma Eliene Rocha.
Propósito da greve
Lúcia Lopes, terceira vice-presidente do Andes, destaca que o propósito da greve é fazer com que o governo atenda as reivindicações dos servidores, ressaltando que a paralisação é uma forma de estabelecer diálogo entre trabalhadores, docentes e a comunidade universitária, para melhor atender as necessidades da população.
"Não temos como propósito fazer uma greve pela greve, isso ocorre para que as negociações se estabeleçam. Esse é um momento em que debatemos as condições de trabalho, de ensino e de orçamento na universidade, o que é indispensável para que a gente tenha um ensino de qualidade, articulando ensino, pesquisa e extensão, e qualificando o conhecimento", aponta. Lúcia também lembra que os estudantes não serão prejudicados, pois "toda greve em universidades pressupõe uma reposição de aulas".
Reivindicações
Os trabalhadores lutam por um orçamento justo vindo do governo e defendem universidades públicas de qualidade. Na última semana, foram acrescentadas 16 universidades ao movimento grevista, totalizando 48 instituições de ensino público ativas nas mobilizações em todo o país. A greve dos docentes teve início em 15 de abril, contabilizando 17 dias. Já os servidores técnicos da UnB estão paralisados desde 11 de março.
O professor do departamento de psicologia Pedro Costa sintetiza a mobilização docente em quatro "erres": recomposição orçamentária, reajuste salarial, reajuste de benefícios e reajuste de medidas. "Então, quando consideramos esse marcos, percebemos que as autoridades nos últimos anos não foram tocadas da maneira que gostaríamos. A nossa contraproposta é para a melhoria, pelas nossas reinvidicações", conta.
Posicionamento dos docentes
Dados financeiros ainda não estão consolidados, mas a contraproposta do Comando Local de Greve reafirma recomposição DE 7% para este ano, acata o índice apresentado para 2025, de 9%; e defende aumento total de 22,71% até 2026.
As atividades e debates da mobilização são promovidas a partir das propostas que vêm da base. Os docentes possuem um formulário no qual podem sugerir propostas para o sindicato e para a liderança do Comando Nacional de Greve para a sistematização. As discussões continuam.
*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá
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