O Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) realizaram assembleia que votou continuação da greve dos servidores técnicos da instituição, nesta terça-feira (19), no campus Darcy Ribeiro.
A mobilização foi seguida de ato público, em parceria com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), que teve como objetivo incentivar o apoio dos estudantes universitários à paralisação e contou com a participação de cerca de 150 pessoas.
Nesta semana,os grevistas pretendem realizar mais dois atos, o primeiro, na quarta-feira (20), em frente ao Ministério da Educação, e outro na quinta-feira, voltado a sensibilizar os professores.
“Geralmente, as greves são para pressionar o governo federalpelo que estamos lutando,mas é importante fazer esses tipo de diálogo com os estudantes, por exemplo, para ampliar a pressão”, diz Edmilson Rodrigues de Lima, coordenador geral do Sintfub.
A greve está em vigência desde 11 de março e tem como objetivos principais o reajuste de salários e a reestruturação das carreiras para os servidores públicos. Segundo o sindicato, as reinvindicações da categoria já foram encaminhadas ao governo federal, mas foram ignoradas.
Maria Socorro Mazzola, técnica em assistência educacional do Instituto de Ciências Sociais da UnB, diz que é necessária a recomposição salarial. “Faz seis ou sete anos que não temos nenhum aumento, e a média dos nossos salários é de quatro mil reais, então estamos a tantos anos na universidade passando por essa situação”, conta.
Para ela, a reestruturação da carreira pode possibilitar que os profissionais tenham progressão no trabalho e possibilidade de permanência na universidade. “Fazemos um investimento de preparo para cursar o mestrado e o doutorado, mas, depois, essa pessoa vai embora, porque os salários são baixos, e, então, a universidade fica sem seu pessoal.”
Apoio
Luísa Fernandes, presidente do DCE, diz que as demandas dos servidores afetam todos aqueles que estão na comunidade acadêmica e sofrem o desmonte das universidades brasileiras: “A greve é muito necessária, queremos ajudar os servidores, mas vai além disso, porque pode ajudar os estudantes a terem melhores condições de permanecer na universidade.”
Luísa reforça a importância da participação dos outros setores à paralisação. “Isso deve acontecer se queremos que tenham mais concursos para contratação de professores e de servidores, melhor infraestrutura e bolsas estudantis, porque, hoje, a política do governo federal é uma política neoliberal, de austeridade, que enxuga o orçamento da educação”, justifica.
*Estagiária sob a supervisão de Priscila Crispi