No sábado (6/1), a diretoria-executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) publicou uma nota na qual anuncia mudanças nas regras de avaliação de projetos submetidos a bolsas em editais de pesquisa. Com o anúncio, as mães pesquisadoras têm extensão de dois anos no prazo de avaliação de sua produtividade científica.
Segundo o CNPQ, o período de avaliação de produtividade acadêmica será estendido por dois "para cada parto ou adoção que ocorrer dentro do prazo estipulado na chamada". Também de acordo com a instituição, em até dois meses será criado um grupo de trabalho para elaboração de um código de ética para membros dos Comitês Assessores (CAs) e funcionários responsáveis por analisar as propostas submetidas pelos cientistas (também chamados de pareceristas ad hoc).
A medida foi desencadeada por um debate sobre igualdade de gênero na ciência após denúncia realizada pela cientista social Maria Carlotto em sua conta pessoal no X (antigo Twitter). Carlotto, que é docente da Universidade Federal do ABC (UFABC), expôs que um parecer do CNPQ lhe negou uma bolsa de pesquisa, tendo como justificativa as gestações da pesquisadora.
O parecer reconheceu a sua carreira, mas disse que ela não fez pós-doutorado no exterior, porque "provavelmente suas gestações atrapalharam essas iniciativas".
Com a repercussão negativa do caso, o CNPQ declarou que o juízo foi inadequado, uma vez que "um estágio no exterior não é requisito para a concorrência em tal edital", além de "expressar juízo preconceituoso com as circunstâncias associadas à gestação". Na mesma nota, o conselho ainda ressaltou que vai instruir seus pareceristas para prestarem maior atenção em suas respostas e que vai levar a situação para "exame das providências cabíveis".
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