CENSO ENSINO SUPERIOR

Cursos de graduação à distância aumentam 189% em 4 anos e "preocupam" o MEC

O ministro da Educação, Camilo Santana, prometeu "análise mais rigorosa" dos cursos

Mayara Souto
postado em 10/10/2023 20:39 / atualizado em 10/10/2023 20:44
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou estar
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou estar "preocupado" com a qualidade do ensino - (crédito: Ascom Educação)
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O Ministério da Educação divulgou na tarde desta terça-feira (10/10) o Censo da Educação Superior. Chama a atenção o aumento de 189,1% nos cursos de Ensino à Distância (EAD) registrado nos últimos quatro anos. O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou estar "preocupado" com a qualidade do ensino. 

O número de alunos ingressando no ensino à distância acompanha a criação de novos cursos — a marca histórica de 3 milhões de alunos estudando em EAD foi realizada em 2022. No mesmo ano, 3.219 municípios brasileiros registraram matrículas em cursos EaD, enquanto que em 2014 o valor era 87% menor. 

"Estamos preocupados com esse aumento do Ensino à Distância e o MEC fará uma análise mais rigorosa, já se estava discutindo isso, abrimos consulta pública, mas, pelos dados, exige de nós uma ação mais rápida. Não estamos aqui demonizando o ensino à distância. O Ensino à Distância é importante para facilitar a vida de muita gente. Mas nós queremos prezar pela qualidade desses cursos", apontou o ministro. 

A taxa de conclusão dos cursos EaD são outro fator de preocupação para a pasta. Enquanto nas faculdades privadas 59% das pessoas não chegam a concluir a graduação, nas universidades públicas o número é 52%. Quanto ao número real de estudantes ativos, 32,45% das vagas na rede privada não são preenchidas e na rede pública o valor é de 26,4%. "Estamos preocupados com as vagas das nossas universidades públicas federais, por que não conseguimos preencher as vagas?", desabafou o ministro. 

Quando às vagas remanescentes — que sobram nos cursos — dentre as 135 mil do ensino público, apenas 20% foram ocupadas. 

Santana anunciou, então, que o MEC estuda modificar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para que o ingresso não seja mais feito no início e no meio do ano, mas somente uma vez. A segunda vez seriam ofertas apenas de vagas remanescentes. O ministro também afirmou que irá aumentar o número de bolsas permanência e reajuste nos valores para ampliar o número de estudantes quilombolas, indígenas, integrantes do Prouni e alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica matriculados em instituições federais de ensino superior atendidos pelo programa.

 

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