Um vídeo de estudantes do curso de medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa), em São Paulo, fazendo masturbação coletiva durante uma partida de vôlei feminino gerou revolta. Nas imagens, é possível ver um grupo de cerca de 20 homens em uma plateia assistindo a uma partida de vôlei feminino com as partes íntimas à mostra e as tocando. O caso ocorreu em abril, mas repercutiu no último domingo (17/9). Além do ato obsceno, que pode ser enquadrado como importunação sexual, o teor da letra do hino da atlética de medicina da faculdade tem gerado polêmica. "Enfia o dedo nela que ela vai arreganhar", diz um trecho.
Em outra parte do hino, há a citação ao nervo pudendo, que liga a vagina ao ânus. "Na rima do pudendo, eu entrei mordendo". "É a Med Santo Amaro que está te f******. Medicina! Santo Amaro! Ôoo", continua.
- Lula cobrou ações contra alunos por ato obsceno, diz Camilo Santana
- Unisa expulsa alunos de medicina que participaram de ato obsceno em jogo
Segundo a faculdade, sete alunos identificados no ato durante a partida de vôlei foram expulsos da instituição. "Assim que tomou conhecimento de tais fatos, mesmo tendo esses ocorrido fora de dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições, a Instituição aplicou sua sanção mais severa prevista em regimento", disse a Unisa.
O caso gerou ampla repercussão e repúdio por parte de diversas autoridades. "Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. Atitudes como a dos alunos de medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas", disse o Ministério das Mulheres. A Polícia Civil está investigando o caso.
O ministro da Educação, Camilo Santana, declarou que o episódio é "inaceitável". "O presidente me ligou de Nova York, preocupado com esse episódio. Eu relatei para ele as medidas que nós tomamos em relação a isso. Estamos aguardando a notificação oficial por parte da faculdade. Não só é importante a expulsão dos alunos, mas também que eles possam responder legalmente aos fatos ocorridos", afirmou o ministro.
O Correio tenta contato com a Unisa para pedir um posicionamento sobre a letra do hino da atlética de medicina, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.