Um trabalho da Universidade de Brasília (UnB) realizado na Estação Ecológica de Águas Emendadas indicou contaminação de mercúrio no local. No estudo, apresentado ao Ministério Público Federal (MPF) na última quarta-feira (6/9), os ambientalistas apontam que a razão da contaminação pode ser o fluxo intenso de veículos na BR-030, cenário que pode piorar com a duplicação da rodovia DF-128.
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O mercúrio, se ingerido ou em contato com a pele humana, pode causar danos desde diarreias até problemas neurológicos — a depender da frequência da exposição ao elemento. Além desse estudo, outro trabalho da UnB também foi apresentado na reunião em que foram analisadas as medições de sequestro de carbono, a vazão dos córregos e o lençol freático na Serrinha do Paranoá.
Segundo os ambientalistas que realizaram os estudos, as pesquisas mostraram que o território do Distrito Federal é estratégico para a produção de água, uma vez que abriga nascentes que formam aquíferos e lençóis freáticos importantes.
"Se não prestarmos atenção em como esse território está sendo ocupado, a gente começa a comprometer a segurança e o equilíbrio hídrico do país", explicou Lúcia Mendes, integrante do Fórum de Defesa das Águas do DF.
A apresentação das pesquisas faz parte das apurações de um processo instaurado na Procuradoria-Geral da República em novembro de 2021, que tem como objetivo assegurar o cumprimento de políticas públicas voltadas à qualidade da água no DF.
Para o procurador da República Felipe Fritz, os estudos apresentados são muito importantes por se tratarem de locais captação de água, além de estarem situados na Área de Proteção do Planalto Central e em áreas de recarga de águas que alimentam os rios federais Maranhão e São Bartolomeu.
*Com informações do MPF