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EDUCAÇÃO

Indígenas e quilombolas lideram projetos de pesquisa na Capes

No Mato Grosso, o curso de antropologia social abre espaço para os saberes tradicionais e estimula que mais quilombolas e indígenas entrem no ensino superior

No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta segunda-feira (5/6), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) destaca que um conjunto de iniciativas que têm contribuído para assegurar a presença de indígenas e quilombolas nos programas de pós-graduação e na formação de professores da educação básica. Além de dar visibilidade aos saberes tradicionais, para a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Teresinha Valéria da Silva, liderar um projeto de pesquisa de pós-graduação serve também para estimular outros quilombolas a seguir o caminho até a universidade.

Teresinha está desenvolvendo um estudo etnográfico com as mulheres do Quilombo Mata Cavalo de Cima e Mutuca, no Mato Grosso. “Na minha pesquisa, investigo as técnicas e as artes transmitidas pelas mestras de saberes para as novas gerações, como o uso de ervas medicinais na produção de remédios e cuidados com a saúde, que hoje são utilizadas dentro da própria comunidade”, explica.

No Mato Grosso, há 60 comunidades quilombolas e 43 povos indígenas. O curso de mestrado em antropologia social da UFMT foi criado em 2013, com o intuito de garantir o acesso de povos tradicionais ao ensino superior. “Uma ação principal para os estudantes indígenas é a não obrigatoriedade do exame de proficiência em língua estrangeira, pois eles são bilíngues, ou falam três línguas, ou quatro línguas. As bolsas da Capes são fundamentais como política de inclusão e permanência de estudantes provenientes de aldeia indígena ou de comunidades quilombolas”, destaca Sônia Regina Lourenço, professora e supervisora do Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia (Musear).

Os povos tradicionais, como indígenas e quilombolas, mantêm uma relação bem próxima com o meio ambiente e usam os recursos naturais de maneira que não causa impacto ambiental — por isso eles são comumente chamados de guardiões da floresta. “O curso vem justamente para tentar fazer pesquisas que envolvam a diversidade ambiental e populacional, e mostrar a relevância desses grupos que foram subordinados e sofreram violência durante séculos no País”, afirma Moisés Lopes, coordenador do curso de antropologia social.

Com informações da CAPES*

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