Eu, Estudante

Empreendedorismo

Mãe solo aos 15 anos, professora é empresária bem-sucedida em Recife

Fernanda conta que o sempre foi movida pela ideia de oferecer um curso preparatório diferente e bem mais acessível que a concorrência

A professora pernambucana e empresária Fernanda Pessoa é referência no ensino de português e redação. Com mais de 25 anos de trabalho e dona de seu próprio curso para vestibular em Recife, que leva o seu nome e oferece aulas presenciais e remotas. Desde a existência do curso, em 2010, foram mais de 20 mil foram aprovados nas principais faculdades do país, 301 só em 2023, além de cinco alunos terem tirado nota 1.000 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com a modalidade online do curso.

Fernanda conta que o sempre foi movida pela ideia de oferecer um curso preparatório diferente e bem mais acessível que a concorrência e, em 2005, já contava com 500 estudantes matriculados em 12 turmas. A expectativa dela, neste ano, é beirar  acasa dos R$ 20 milhões em faturamento.

Os caminhos profissional e pessoal de Fernanda, no entanto, não foram fáceis. Ela se tornou mãe aos 15 anos e não contou com a ajuda do pai na criação da filha. Aos 19, começou a dar aulas de gramática e redação em um quintal de um açougue para 13 alunos.

Para pagar as mensalidades da faculdade, Fernanda passou a vender biscoitos, salgados e cestas de café da manhã. Ainda aos 19 nos, teve que deixar sua terra natal natal para não sofrer violência de criminosos por ter ajudado um amigo e ficou devendo a um agiota.

A metodologia de Fernanda vai contra o ensino tradicional, que considera ser “conteudista”. Ela defende que o conhecimento transforma, "fortalecendo o poder argumentativo de cada um”. Como parte desse ensino, a professora aborda, também, o estudo da história da arte.

Ex-aluno da rede pública, o médico Bruno Gustavo da Silva, 38 anos, formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi aluno de Fernanda entre 2009 e 2013, diz ter aprendido muito com ela. “A Fernanda sempre disse, em sala de aula, que o sonho dela era ser médica e trabalhar no Continente Africano. Tenho a percepção que a África que ela sonhava em trabalhar, na verdade, é no Brasil, esse país continental, levando conhecimento a todos, modificando vidas e gerando uma ótica mais sensível na construção de mobilidade social, a partir da educação”, disse.