A Universidade Federal do Amapá (Unifap) divulgou uma nota de repúdio neste sábado (20/5) após alunos denunciarem nas redes sociais uma suposta prática de apologia ao nazismo de um professor da instituição. "Informamos que já estamos adotando as medidas administrativas de competência desta Superintendência para garantir apuração rigorosa dos fatos informados publicamente em redes sociais na noite da última sexta-feira, 19", diz o comunicado.
No Twitter, alunos postaram foto de professor com uma garrafa d'água adesivada com um símbolo supremacista. Segundo eles, tratava-se de uma aula do curso de enfermagem.
A universidade não citou o nome do professor na nota, nem confirmou que se tratava de uma classe do curso de enfermagem. O Estadão tentou contato com a instituição por telefone e e-mail neste sábado (20/5), mas não obteve retorno.
A denúncia foi repercutida no perfil oficial da União Nacional dos Estudantes (UNE). "É preciso que a universidade apure com urgência. A utilização de símbolos nazistas não é liberdade de expressão, nazismo é CRIME!", diz a manifestação da entidade.
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No Brasil, a apologia ao nazismo é crime previsto na Lei do Racismo (7.716/1989). A regra prevê reclusão de um a três anos e multa.
Na nota divulgada no site oficial, a Unifap também manifestou "total repúdio a discursos de apologia ao nazismo que, além de crime, configuram um atentado reconhecido contra a dignidade e os direitos da pessoa humana". "A Universidade, como espaço formativo, tem a responsabilidade de construção de uma formação cidadã baseada na promoção e defesa de direitos."
A universidade explicou que qualquer denúncia envolvendo violação de direitos humanos deve ser encaminhada à Ouvidoria para que a Superintendência de Ações Afirmativas e Direitos Humanos da Unifap (Supadh) possa atuar.
Conforme mostrou o Estadão, em dezembro, aumentam os ataques de caráter neonazista em escolas e universidades, que vão de rabiscos nas paredes até violência com uso de armas. A escolha pelas instituições de ensino é simbólica, uma vez que representam espaços de disputa cultural de ideologias.
Especialistas destacam ser preciso esforço de educação antinazista, com formação crítica. Mas as escolas não podem estar sozinhas. A solução inclui também identificar e reprimir infratores, bem como ações para coibir conteúdos discriminatórios em redes sociais.
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