Derrotado na eleição para o IFB questiona atuação da atual reitora no pleito

. - (crédito: IFB/ Reprodução)

O terceiro colocado na eleição para a reitoria do Instituto Federal de Brasília (IFB) Gervásio Barbosa está empenhado na anulação do pleito, ocorrido em 17 de maio. Ele acusa a a atual reitora, Luciana Miyoko, de fraude no processo, por infringir as regras, ao apoiar, publicamente, inclusive em suas redes sociais, a candidata vencedora Veruska Ribeiro, que obteve ampla maioria de votos.

O resultado preliminar da eleição para reitor e diretores-gerais do IFB foi publicado na quarta-feira (18). O anúncio oficial será feito após o protocolo e avaliação de recursos, que podem ser feitos até esta sexta-feira (19). Além de Barbosa e Veruska, a professora Ana Carolina Mendes entrou na disputa pela reitoria.

"A candidata Veruska pode não ter cometido qualquer infração ou irregularidade, mas a forma que a atual reitora conduziu o processo desabona o mesmo. É como se, nas últimas eleições, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, tivesse manifestado seu apoio ao Bolsonaro", disse Barbosa, que obteve 612 votos contra 2.081 de Veruska Ribeiro.

Segundo Barbosa, como presidente do Consulpe, Conselho Superior do IFB, que regulamenta todo o processo eleitoral, Myoko não poderia ter se posicionado durante a campanha. "A partir do momento em que a reitora vai no Instagram, se identificando como atual reitora e apoiando Veruska, ela desabona todo o processo", frisa.

Paulo Cabral, membro do Consulpe, reitera que os membros desse colegiado não devem se envolver no processo eleitoral da instituição e, tampouco, apoiar candidatos. "Se houver algum pedido de impugnação, quem irá deliberar o recurso são os participantes do conselho", afirma. "A atual reitora do IFB, Luciana Miyoko, declarou apoio e até fez campanha para Veruska Ribeiro, mesmo estando de férias", completa. 

Ao ser questionada sobre a polêmica, Veruska se limitou a responder que “o assunto em pauta é tratado diretamente com o setor de comunicação institucional”. Myoko não retornou o contato da reportagem para falar sobre o assunto. 

Por meio de nota, a Comissão Eleitoral Central do IFB informou que não houve qualquer irregularidade no processo. “A Comissão Central da consulta pública à comunidade para a escolha de reitor e diretores-gerais do Instituto Federal de Brasília segue com o processo eleitoral em andamento, não sendo identificados elementos que justifiquem a impugnação do processo eleitoral. Reforçamos que todas as informações sobre esta consulta constam em página disponível no portal do IFB, destacando o compromisso desta comissão com toda transparência” diz a nota. 

O Conselho Superior do IFB agendou para 20 de junho reunião ordinária para discutir o pedido de impugnação.

Leia a íntegra da Nota da Comissão Eleitoral Central do IFB 

"A Comissão Central da consulta pública à comunidade para a escolha de reitor(a) e diretores(as)-gerais do Instituto Federal de Brasília segue com o processo eleitoral em andamento, não sendo identificados elementos que justifiquem a impugnação do processo eleitoral.

O pedido de impugnação de candidatura previsto no Art. 18, § 6º, do Regulamento Eleitoral, estava previsto para o dia 28/04/2023, não sendo registrado nenhum pedido de impugnação das candidaturas publicadas na data de 27/04/2023.

Conforme o regulamento, o resultado preliminar foi publicado nesta quinta-feira, 18 de maio, e os interessados em apresentar recursos podem fazê-lo por formulário até amanhã, 19 de maio, que esta comissão estará analisando a solicitação.

Reforçamos que todas as informações sobre esta consulta constam em página disponível no portal do IFB destacando o compromisso desta comissão com toda transparência."

Reação

Após a publicação da matéria, Barbosa ligou para o Correio reclamando da reportagem e alegando "não ter ficado claro que a entrevista seria publicada". "Não estou solicitando mais a impugnação. Eu solicitei e foi negado. Caberia ao Consulp, que eu não faço parte mais", disse.