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CARREIRA

Jovens prodígios da tecnologia no DF se destacam no mercado de trabalho

Estudantes brasilienses contam a experiência de trabalhar em grandes empresas de tecnologia e de varejo

A capital do país tem vários motivos para se orgulhar. Um deles é que por aqui residem jovens prodígios que se destacaram logo cedo no mercado de inovação e tecnologia. A expertise que fez com essa turma conseguisse ingressar em grandes multinacionais. 

É o caso da moradora do Gama Brenda Santos, de 21 anos. Ela estuda engenharia de software na Universidade de Brasília (UnB) e, antes mesmo de se formar, pode dizer que faz parte do time de um dos maiores bancos digitais do país. A jovem é estagiária na instituição financeira há quatro meses, e tem o privilégio de trabalhar do próprio quarto para a startup em São Paulo, no setor de continuous integration e continuous delivery (CI/CD).

Para ela, a oportunidade gerou realização pessoal e satisfação. "Além de ser uma megaempresa, tem grandes oportunidades e muitos benefícios e uma visibilidade muito boa. Ou seja, futuramente, caso eu saia, isso pode me dar oportunidades por ter vivido essa experiência. Mas além disso, é um lugar muito bom de se trabalhar, eles dão muita autonomia para a equipe, são flexíveis, as pessoas estão sempre tentando se ajudar, se apoiando. Tem uma cultura de não se culpar e só tentar aprender durante os processos. Era uma oportunidade que sempre quis e fico bem feliz de ter conseguido, antes de me formar", orgulha-se a futura engenheira de software.

Brenda fez parte do primeiro programa de estágio oferecido pelo banco. Conta que precisou passar por várias etapas até ouvir o tão sonhado, "você foi aprovada". Segundo ela, foi necessário passar por um desafio on-line com exercícios para testar habilidades. Depois, uma etapa para resolver problemas em grupo, onde foi analisado como ela trabalhava em equipe e estruturava as ideias. Por fim, uma conversa com o departamento de recursos humanos para tratar sobre horários e alinhar expectativas e, então, veio o resultado final.

A jovem pretende se formar e continuar na startup. "Lá, eles têm muitas oportunidades, incentivam muito você a se especializar e crescer tanto na sua área quanto em outras, caso você queira migrar dentro da empresa. Para você se encontrar naquilo que você gosta, e é bom. Tem um incentivo para tirar certificação e sempre continuar estudando, oferecem semanas de inovação para estudar novas tecnologias. A galera é muito competente. Nesse curto período, consegui aprender muita coisa porque a tecnologia que eles usam tem novos paradigmas e linguagens, então é uma curva de aprendizagem muito grande", destaca.

Sobre a flexibilidade na rotina de trabalho, Brenda revela que, diferentemente de muitas empresas, não existe uma carga horária para se cumprir e que cada pessoa se organiza da maneira que achar melhor. "Você só tem que entregar suas demandas, e colaborar com a equipe. Se estiver muito cansado, tudo bem tirar um dia para melhorar, você pode aprender as coisas no seu tempo, inclusive tirar uma parte do horário do trabalho para estudar. No meu caso, que estudo em uma universidade federal que tem os horários quebrados, consigo conciliar bastante, inclusive com TCC e academia", ressalta.

No início da jornada como estagiária, a empresa enviou para a jovem todos os materiais necessários para trabalhar de casa. "Eles me mandaram um Macbook, fone de ouvido e mouse. Caso necessário, eles também mandam mesa e cadeira. Recebo um auxílio home office para ajudar a pagar internet e outras coisas que forem necessárias para trabalhar", acrescenta.

Brenda se forma ano que vem, mas, antes disso, em setembro deste ano, vai trabalhar durante uma semana na sede da Nubank, em São Paulo. "Eles liberam verba para você ir conhecer a sede pagam hotel e passagem. Este ano, em setembro, vou passar uma semana lá", diz a estagiária.

Arquivo pessoal - Rhuan Carlos Pereira, 21 anos, trabalha na IBM
Arquivo pessoal - Sergio de Almeida, 22 anos, está no Magazine Luiza há quase dois anos

Efetivados

O engenheiro de software recém formado Rhuan Carlos Pereira, 21, trabalha na International Business Machines Corporation (IBM) e, ao mesmo tempo, faz mestrado em arquitetura de software e microfrontends na UnB. Só para entender o tamanho da competência do jovem, a IBM é uma empresa americana de tecnologia que está há bastante tempo no mercado. A mesma foi responsável por lançar, em 1973, o primeiro computador de mesa. Mas, atualmente, desenvolve, fabrica e vende hardware e software, incluindo sistemas de inteligência artificial, deep learning e supercomputadores. 

Rhuan entrou na IBM como estagiário e hoje faz parte do time efetivado. "Trabalhar em empresa de grande porte como IBM, de primeira, é muito estranho, tudo muito novo e, conforme você vai tendo contato, ver  que é uma empresa desse tamanho é incrível! É que ela atua em tanta coisa e tem muitas frentes diferentes, é fantástico. Nos sentimos cada vez mais apaixonados pela empresa e pelo que ela faz", enfatiza.

Ele também trabalha no conforto de casa. Mas esteve algumas vezes, presencialmente, na sucursal da empresa em Brasília. Rhuan visa para o futuro continuar estudando. "Quero me especializar cada vez mais no assunto e talvez poder me tornar um especialista na área que hoje faço mestrado". Ele também se orgulha em dizer que foi aluno destaque do curso de engenharia de software da UnB do 2º semestre de 2022.

Valores

Sergio de Almeida, 22, entrou para o time da rede de varejo Magazine Luiza em junho de 2021 e, no começo deste ano, foi efetivado. O rapaz ainda não se formou, mas pode comemorar o ingresso na grande empresa de varejo. O grupo vende móveis, eletrônicos, eletrodomésticos, informática e muito mais, sendo uma das líderes do setor, tanto com lojas físicas quanto on-line.

"O que eu mais gosto em trabalhar no Magalu são os valores da empresa, de fazer mais com menos, além de ser um espaço diverso", diz Sérgio. Ainda durante o processo seletivo, o jovem precisou alinhar com o RH questões de valores e cultura para entender se ele se encaixaria no time corporativo. "Logo depois, passei por uma entrevista com o time técnico, conversei com duas pessoas que me fizeram perguntas técnicas e só depois veio a proposta de trabalho", explica.

Ele acredita que iniciar a carreira antes de se formar turbinou o currículo. Sérgio acha que o modelo do home office é extraordinário, e foi o que permitiu que ele tivesse a oportunidade de trabalhar na empresa. Segundo ele, a equipe é bem flexível e possibilita que ele concilie trabalho e o último semestre da faculdade de engenharia de software. A Magalu também enviou um notebook para Sérgio trabalhar e sempre se dispõe a mandar o que for necessário para executar o trabalho.