A ameaça deixada na parede do banheiro da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC-UnB), na noite de terça-feira (11/4), ao lado de uma suástica nazista desenhada à caneta assustou os estudantes. A frase anunciava: "Dia 12. Masacre (sic) na FAC". O episódio mobilizou a a reitoria da universidade, que identificou o responsável por meio de imagens de câmeras de segurança. Trata-se de um aluno da Faculdade de Comunicação, que foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e responderá a processo administrativo disciplinar na instituição. Apesar da ameaça, as aulas transcorreram normalmente nesta quarta-feira (13/4).
A Administração Superior da UnB avalia ainda a adoção de medida cautelar, como suspensão preventiva, enquanto durar o processo administrativo. Também serão feitas diligências para averiguar a participação de eventuais colaboradores no ambiente universitário. "A Administração Superior está atenta e em contato com as autoridades de segurança do Distrito Federal e com a Polícia Federal. Incitações ao crime e ações de intolerância, violência e preconceito não são e jamais serão toleradas na Universidade de Brasília", informou a UnB, por meio de nota assinada pela reitora Márcia Abrahão e pelo vice-reitor, Enrique Huelva.
Para a presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Ana Izabel Gonçalves de Alencar, para coibir esse tipo de prática, é preciso que as autoridades monitorem a atividade dos alunos on-line, principalmente na deepweb, ou "internet profunda", que é uma camada da internet que não é facilmente acessada, onde pessoas se unem anonimamente para debater geralmente temas de caráter imoral ou ilegal. "Alguns jovens não têm maturidade para entender o que é nazismo e o efeito dessas ameaças. Uma forma de coibir é por meio do monitoramento da internet, principalmente da deepweb. O GDF já está fazendo isso, mas precisamos de mais pessoas observando o que está sendo publicado. O governo deve disponibilizar um telefone específico para questões de segurança em escolas e universidades", opina a especialista.
Segurança reforçada
Após a onda de massacres e ameaças em unidades de ensino por todo o Brasil, as instituições de educação superior no Distrito Federal estão reforçando a segurança e o policiamento. A Universidade Católica de Brasília (UCB) anunciou, nesta semana, a contratação de uma equipe particular de segurança, que atua 24 horas realizando rondas nas redondezas da instituição. Além disso, a universidade tem promovido campanhas de conscientização na comunidade educativa, para que os alunos fiquem atentos a situações que possam colocar em risco a integridade física deles.
O Diretório Central dos Estudantes do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) publicou uma nota informando que entrou em contato com a direção da instituição e com a Secretaria de Segurança do Distrito Federal sobre ameaças divulgadas nos campus da Asa Norte e Taguatinga. Procurado pelo Correio, o UniCeub informou que está "ciente das informações e tomando as medidas necessárias referentes à segurança dos nossos alunos".
O Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) também informou que está monitorando ameaças. "Estamos monitorando as movimentações em nossas instalações e canais de comunicação e toda e qualquer incitação ou apologia à violência serão imediatamente reportadas às autoridades policiais para averiguação e providências, visando sempre preservar a integridade de todos que transitam em nossas instituições", assegurou a instituição. "Orientamos a não compartilharem informações sem checagem prévia de veracidade, sendo que nossos canais oficiais estão sempre disponíveis em caso de qualquer dúvida", completou o UDF em nota enviada ao Correio.
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