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APRENDIZAGEM

36% dos estudantes de letras se consideram preparados para ensinar inglês

Foram entrevistados para o levantamento "Aprendizado de inglês no Brasil" 1.500 futuros professores em 18 câmpus universitários de Mato Grosso e Minas Gerais

De acordo com uma pesquisa feita pela Pearson, estudantes de letras com ênfase no idioma inglês não se sentem preparados para ensinar quando saem da sala de aula e se tornam professores. Apenas 25% das disciplinas são voltadas às aulas práticas ou técnicas. O estudo, lançado nesta terça-feira (14), na Embaixada do Reino Unido, em Brasília, visa fornecer uma visão macro da inserção do inglês no ensino dos estados de Mato Grosso e Minas Gerais.

A pesquisa “Aprendizado de inglês no Brasil” foi realizada pela Pearson, empresa líder mundial em aprendizagem, em parceria com o The Interamerican Dialogue, uma organização sem fins lucrativos. Foram entrevistados aproximadamente 1.500 futuros professores em 18 câmpus universitários dos estados de Mato Grosso e Minas Gerais, que oferecem o curso de letras com ênfase em inglês, entre 17 de maio a 17 de julho de 2022. A escolha de ambos os estados como participantes da pesquisa foi por conta de suas políticas estaduais diferenciadas para o ensino do inglês.

De acordo com o levantamento, 36% dos entrevistados se consideram apenas parcialmente preparados para ensinar inglês e enfrentar os desafios da sala de aula; 4% acreditam não ter conhecimento adequado para o nível do idioma que ensinam. Relacionado a esse fato, 60% dos entrevistados afirmaram nunca ter feito um teste de certificação de língua inglesa. Quando questionados sobre a autoavaliação de proficiência, a maioria (59%) acredita ter nível intermediário (B1 ou B2). Os professores se consideram menos preparados para falar e ouvir e se sentem mais confiantes em suas habilidades de escrita.

O diretor de inglês e relações governamentais da Pearson Latam, Gustavo Jorge, afirma que o ensino nas universidades não tem o foco em garantir a proficiência do profissional em língua inglesa. Para ele, é essencial que sejam trabalhadas as quatro habilidades — reading (ler), writing (escrever), listening (ouvir) e speaking (falar). O diretor também ressalta a importância de introduzir o ensino do inglês nos anos iniciais do ensino fundamental.

“Hoje, no Brasil, principalmente nas escolas públicas, o ensino do inglês só é obrigatório por lei a partir do 6º ano, ou seja, nos anos finais do ensino fundamental. Quando se inicia mais tarde, você vai entregar um aluno menos preparado. O que a gente sugere é que esse ensino da língua inglesa comece cada vez mais cedo, seja nos anos iniciais do ensino fundamental ou até na educação infantil”, defende. “E esse ensino não deve ser somente o inglês pelo inglês, mas o inglês com uma interação com outras disciplinas, com outras habilidades dentro do conhecimento”, complementa.

Pearson -
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Outra conclusão da pesquisa é que apesar de as universidades estabelecerem requisitos de graduação para programas de formação em inglês, nenhuma das 13 instituições respondentes exigem certificação de proficiência em inglês como requisito de graduação. Todas demandam que os alunos concluam e sejam aprovados na carga horária exigida. “Falta uma medição e um acompanhamento de progresso. Ou seja, a universidade precisa preparar esses futuros profissionais até a certificação por meio da avaliação  e, para além disso, oferecer uma formação continuada”, explica o diretor de inglês e relações governamentais da Pearson.

A partir dos desafios identificados, novas perspectivas se abrem no futuro para o ensino do idioma inglês, de acordo com o documento. Os futuros professores devem ter mais chances de desenvolver sua proficiência e comprovar suas habilidades no final do curso. Do ponto de vista institucional, é importante fortalecer os vínculos com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação e as escolas, melhorando a comunicação e o alinhamento das prioridades.

Por último, a pesquisa reforça a necessidade de se apoiar e implementar a iniciativa English in the BNCC, um novo modelo proposto para o ensino médio brasileiro, desenvolvido para apoiar equipes técnicas e professores na implementação do currículo de inglês alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Sob supervisão de Ana Sá