Evento que marca o início do semestre aos alunos novatos na Universidade de Brasília (UnB), o “Inspira UnB” contará com palestra do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Sílvio Almeida. Prevista para ocorrer no próximo dia 27, às 17h30, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnb), a apresentação terá como tema “Direitos humanos, Estado e Crise”.
O ministro Sílvio Almeida é doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Além de acadêmico, o titular da pasta dos Direitos Humanos já escreveu livros que abordam temas como marxismo na questão racial, racismo estrutural e reflexões sobre a obra do filósofo Jean Paul Sartre na área do direito.
Indígenas, escravizados e transfobia
Nos três primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o titular dos Direitos Humanos comentou as crises na Terra Yanomami, em Roraima, e no caso dos trabalhadores que estavam sob situação análoga à escravidão, em vinícolas do Rio Grande do Sul.
Quanto aos indígenas, o ministro endossou a fiscalização contra financiadores da extração ilegal de minério e garimpeiros na região. Além disso, ele falou ser necessário repensar a economia de Roraima de forma a evitar novos casos de garimpo na Terra Yanomami.
Já sobre o trabalho análogo à escravidão no sul, Sílvio Almeida convocou, em 27 de fevereiro, uma reunião com a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo para exigir a apuração na esfera criminal contra os empresários responsáveis pelos trabalhadores.
Um dos casos mais recentes em que o ministério de Sílvio Almeida interveio foi em relação ao discurso de teor transfóbico feito pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), na Câmara. À ocasião, em sessão alusiva ao Dia da Mulher, o deputado usou peruca para caçoar e ofender pessoas transgêneras.
Diante disso, Sílvio Almeida anunciou que o Ministério dos Direitos Humanos enviará uma nota técnica sobre o que ele classificou como crime cometido pelo parlamentar.
"O fato de ser deputado federal, senador ou seja lá o que for não exime ninguém do cumprimento da lei, nem o número de votos que a pessoa tem", declarou Silvio Almeida em vídeo enviado à imprensa, na sexta-feira (10/3).
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