Alunas do curso de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) protestaram contra assédio a discentes, o que estaria sendo feito por um professor da instituição. O ato aconteceu no Campus Morro do Cruzeiro na última quarta-feira (8/3).
Organizado pelo Centro Acadêmico Livre de Medicina Márcio Galvão (CALMED-MG), a concentração aconteceu no Instituto de Ciências Exatas e Biológicas às 12h. A multidão que entoava “Ei, UFOP, não se cala não, queremos a exoneração” seguiu acompanhada de baterias até o restaurante universitário.
Segundo o CALMED-MG, os assédios cometidos pelo professor vêm sendo denunciados informalmente desde 2008. Entretanto, ele não sofreu nenhum tipo de punição. A primeira vítima a denunciar por meios legais prestou queixa no mês passado.
“A postura da universidade é muito controversa. Um mês atrás, quando denunciaram formalmente o assédio, a universidade prestou apoio, mas apenas por meio da Ouvidoria Feminina, que acolhe esses casos. É difícil falar que a universidade, como um todo, tenha dado a atenção devida para essa situação. Essas denúncias são feitas contra esse mesmo professor há 15 anos. Como assim levou 15 anos para tomar uma atitude?”, declarou a presidência do CALMED-MG.
Após a denúncia formal da aluna, o Centro Acadêmico criou uma comissão para enfrentamento e prevenção do assédio moral e sexual como uma forma de suporte às vítimas.
“É importante reforçar que o assédio tem implicações psicológicas gigantes. Depois de tantos direitos conquistados pelas mulheres, ainda se vê mecanismos de represálias à ocupação das mulheres dentro do ambiente acadêmico de formas muito sutis e o assédio é um deles”, reforçou o Centro.
Posicionamentos
A universidade, ao ser questionada pela reportagem, emitiu a seguinte nota:
"A UFOP repudia qualquer ato de assédio, e, por isso, seus canais competentes já estão trabalhando para que não tenhamos dúvidas sobre a questão. No que diz respeito aos movimentos de nossa comunidade, entendemos que a universidade é um espaço que precisa garantir a livre manifestação, como sempre fez. Em casos desse tipo, a recepção inicial é feita pela Ouvidoria Feminina e, depois da formalização da denúncia, é instalado o processo de apuração das acusações. Na sequência, uma comissão de maioria feminina ouve o acusado e as testemunhas, e a partir disso, a comissão produz um relatório final e ele será ratificado ou não pela Reitoria. Neste relatório, as penas estão na Lei 8112/90 que vão desde advertência, suspensão, até mesmo a exoneração".
A reportagem tentou contato com o professor, mas não obteve resposta.
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