A reitoria da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) realizou, nesta segunda-feira (9/1), um ato em defesa da democracia. O manifesto foi realizado no salão nobre da Faculdade de Direito, no Largo de São Francisco, no Centro da capital.
"Sem anistia", gritavam os presentes no manifesto, que tinha como objetivo defender e cobrar que radicais bolsonaristas que invadiram e depredaram as sedes dos Poderes no domingo (8/12) sejam submetidos aos “rigores da lei” após terrorismo em Brasília.
Participaram do evento o Padre Julio Lancelotti; Mário Sarrubbo, Procurador-Geral de Justiça de São Paulo; Patrícia Vanzolini, presidente da OAB-SP; Cláudio da Silva, Eduardo Suplicy, além de movimentos sociais, estudantis e centrais sindicais.
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Os estudantes da USP pediram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e protestaram contra o bolsonarismo.
"Nessa condição, venho aqui para reforçar que a democracia não cai do céu, é resultado do nosso trabalho cotidiano e do nosso comprometimento com os valores que alicerçam respeito à pessoa humana. Foi por isso e somente por isso que marcamos este ato aqui hoje na nossa respeitada Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco", afirmou Carlos Gilberto Carlotti Jr, reitor da USP.
"A imensa maioria do povo brasileiro, a imensa maioria dos cidadãos desse país não concordam com o que aconteceu em Brasília ontem e o que vem acontecendo nos últimos anos no nosso país. Como já disse em outras ocasiões no estado de São Paulo, essas são verdadeiras organizações criminosas que estão procurando subverter as ordens democráticas e tentando um golpe de estado na nossa democracia que foi conquistada em vida", afirmou Carlotti
A presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini, também discursou e disse que é importante que toda a comunidade jurídica fale em “uníssono 'é golpe e é crime; não é liberdade'”.
Atos terroristas
A tentativa anunciada de golpe começou a ser colocada em prática por cerca de 100 ônibus que chegaram a Brasília, no último sábado, trazendo em torno de 4 mil pessoas. O grupo estava acampado em frente ao Quartel-General do Exército e desceu rumo à Esplanada dos Ministérios no início da tarde de domingo.
Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com o resultado das eleições gerais de 2022, invadiram o Congresso Nacional, onde ficam Câmara e Senado Federal; o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República; e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), por volta das 14h deste domingo (8/1).
Em resposta, o governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou a exoneração do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Ibaneis também foi afastado do cargo pelo período de 90 dias, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na manhã desta segunda-feira (9/1), os golpistas começaram a deixar os acampamentos.
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