O ministro da Educação, Camilo Santana, teceu indiretas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmando estar impressionado com o desmonte ocorrido na educação pública no Brasil. A declaração ocorreu durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reitores das universidades e institutos federais no Palácio do Planalto.
Camilo apontou ainda que o encontro de Lula com os representantes das universidades tem um “forte simbolismo” de diálogo com os entes educacionais.
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“Isso mostra que esse governo é um governo de diálogo. Ele abre as portas do Palácio para o que há de mais importante nesse país que é a educação, as universidades, os institutos federais que formam e geram sonhos da nossa juventude e da nossa sociedade”, apontou.
“Essa reunião tem simbolismo forte, diz que o MEC está de portas abertas para o diálogo, união e reconstrução porque houve um desmonte. Estamos na terceira semana, tomando pé, mas estou impressionado com o desmonte que fizeram com a educação pública nesse país, com o desrespeito, com a quebra do pacto federativo entre estados, municípios e União.”
O ministro ressaltou que nenhum país se desenvolve ou gera justiça social sem investir na educação, na ciência e tecnologia e destacou a vacina contra a covid-19 como fruto de investimentos na área.
“Isso garante soberania para o país. O maior exemplo foi durante a pandemia, quando a ciência e tecnologia garantiu a vacina das pessoas e ajudou a salvar vidas neste planeta. Esse é o governo que vai retomar a valorização e o respeito pelo ensino superior nesse país”, prometeu.
Fies e ProUni
Ele citou ainda medidas prioritárias do governo como a retomada de investimentos no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), Programa Universidade para Todos (ProUni) e a construção do novo Plano Nacional da Educação.
“Vamos retomar investimentos no Prouni, no Fies, investimentos no fortalecimento da autonomia das universidades para garantir a evolução da educação pública nesse país. Temos o compromisso da construção do novo Plano Nacional da Educação, que vai vencer agora em 2024. Nós temos que reconstruir as novas metas para os próximos 10 anos. A criação do Sistema Nacional da Educação que já foi aprovada pela Câmara e precisa ser aprovada pelo Senado. Temos que olhar a educação numa visão sistêmica, desde a creche até a pós-graduação”, completou.
Desafios
Entre os desafios para o MEC, ele citou a questão da ampliação e oferta de vagas e acesso de jovens às universidades, além da evasão e a retomada de obra paralisadas. “Só na educação superior, são 259 obras em universidades ou campi paralisadas. Nos institutos federais, são 76. No geral, desde a creche até o campus, são mais de 4 mil obras paralisadas ou inacabadas, só no MEC.”
Camilo comentou ainda sobre o reajuste das bolsas do CNPq e da Capes. “Desde 2013 não há reajuste. Lula tem determinado um estudo e uma avaliação nesse sentido.” Minutos depois, apontou em coletiva que o presidente deverá anunciar o reajuste ainda no mês de janeiro.
Ele também pediu colaboração das universidades e institutos federais na tarefa de reconstrução da educação no país.
“O presidente Lula tem me colocado o desafio para olhar fortemente para a educação básica porque apenas um terço das nossas crianças brasileiras aprendem a ler e escrever na idade certa. É um desafio enorme. As universidades e os institutos federais podem dar uma grande contribuição nesse processo de parceria e de união.”
Por fim, destacou que Lula respeitará a autonomia das universidades. “Lula já colocou que vai respeitar e nomear todos os reitores escolhidos pela comunidade acadêmica na sua consulta”, concluiu.
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