MANIFESTAÇÃO

Coletivo trans da UnB promove protesto após transfobia em restaurante

Manifestação ocorrerá em 20 de dezembro, às 12h, em frente ao restaurante universitário da Universidade de Brasília (UnB). Discriminação sofrida por aluna trans é mote da iniciativa

Diogo Albuquerque*
postado em 16/12/2022 17:50 / atualizado em 16/12/2022 18:17
Protesto é motivado por discriminação sofrida por aluna trans em restaurante universitário -  (crédito: Divulgação)
Protesto é motivado por discriminação sofrida por aluna trans em restaurante universitário - (crédito: Divulgação)

O coletivo estudantil trans da Universidade de Brasília, UnB TTT, convoca manifestação contra transfobia para a próxima terça-feira (20), às 12h, em frente ao restaurante universitário. A iniciativa é uma resposta frente a discriminação sofrida por estudante trans da universidade, na última quarta (14), que foi expulsa do banheiro por outra estudante. A confusão aconteceu por volta das 14h, se estendeu até o saguão do restaurante e foi apartada por funcionários.

A outra estudante envolvida no caso se pronunciou alegando sentir “medo”, devido aos casos de assédios que ocorrem frequentemente na universidade. “Pensei que fosse um homem porque eu vi a barba. Existem casos de assédio e estupro que acontecem dentro da universidade e eu fico com muito medo dessas coisas”, afirmou.

Em nota, a UnB informou que possui atualmente dois banheiros neutros (sem gênero) no campus Darcy Ribeiro e que tem trabalhado para tornar o ambiente acadêmico cada vez mais acolhedor. “A UnB é um local plural e tolerante, que preza pela riqueza e potencialidade da diversidade e pelo respeito às diferenças. A Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Universidade foi procurada por uma das estudantes envolvidas e prestou o acolhimento necessário. A outra estudante foi amparada por servidores no local”, disse a nota.

Participante do coletivo, a estudante de ciências sociais Ayna William afirma que a situação permanece a mesma em diferentes gestões da reitoria. “Entram reitores, saem reitores e a situação das pessoas trans continua a mesma. Nossos centros acadêmicos não pautam nossa luta, só servimos para a pesquisa de TCC deles. Não podemos tolerar mais essas ações violentas”, criticou.

Depois do ocorrido, grande parte dos centros acadêmicos da Universidade e o Diretório Central do Estudantes repudiaram a atitude de transfobia da aluna. “O DCE repudia a atitude da aluna, está em contato com a Administração Superior para exigir as medidas cabíveis de acolhimento à estudante vítima de transfobia e cobrar uma posição em relação ao caso”, disse a nota publicada nas redes sociais.

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