CRISE NAS UNIVERSIDADES

Estudantes protestam contra corte de verbas nas universidades

Manifestantes se concentraram em frente ao Ministério da Educação. Protestos ocorreram em outras capitais do país

Diogo Albuquerque*
Ester Cauany*
postado em 08/12/2022 16:51 / atualizado em 08/12/2022 21:56
Estudantes sentaram no gramado para escutar falas de representantes do movimento estudantil -  (crédito: Ester Cauany/CB/D.A Press)
Estudantes sentaram no gramado para escutar falas de representantes do movimento estudantil - (crédito: Ester Cauany/CB/D.A Press)

Os estudantes universitários, do Instituto Federal de Brasília e servidores se reuniram nesta quinta-feira (08), para protestar contra os cortes promovidos pelo Governo Federal na pasta da educação. Convocado por movimentos e entidades estudantis, o ato teve início às 16h, em frente ao Ministério da Educação. Os protestos se repetem, também nesta quinta, em outras cidades.

O protesto contou com um misto de comemoração, com a notícia de que o MEC liberou recursos para pagamento de todas as bolsas do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) que, por meio de bolsas, ajuda os estudantes mais carentes a bancarem moradia, alimentação e transporte, entre outras despesas.  

Os manifestantes começaram a se concentrar em frente ao Ministério da Educação, na Esplanada dos Ministérios, por volta das 15h30. Boa parte chegou em ônibus fretados pela Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) de outros câmpus da UnB. Depois de bloquearem parcialmente o trânsito, os estudantes iniciaram uma passeata em direção ao Congresso Nacional por volta de 17h30.

  • Manifestantes em passeata rumo ao Congresso Nacional Ester Cauany/CB/D.A Press
  • Estudantes se concentraram em frente ao MEC até 17h30 Ester Cauany/CB/D.A Press
  • Ato contou com policiamento ostensivo. Na foto, polícia dispõe de cavaleria Ester Cauany/CB/D.A Press
  • Estudantes portavam cartazes e gritavam palavras de ordem como "Tira a tesoura da mão e investe na educação" Ester Cauany/CB/D.A Press
  • Estudantes ocuparam parte das pistas da via N1 Diogo Albuquerque/CB/D.A Press
  • Manifestação contou com policiamento ostensivo Diogo Albuquerque/CB/D.A Press
  • Para a organização do protesto, cerca de 5 mil pessoas estiveram presentes Diogo Albuquerque/CB/D.A Press
  • Estudantes protestam em Brasília contra cortes na educação em frente ao MEC Diogo Albuquerque

Os participantes gritavam palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro, como "Conhecimento não se corta", "Educação não é gasto em investimento" e "Sem pesquisa não há futuro". A manifestação contou com policiamento ostensivo, com cavalaria. O protesto foi pacífico, mas um estudante foi conduzido a 5ª Delegacia de Polícia de Brasília suspeito de pichar o prédio do MEC.

De acordo com estimativa do comando da Polícia Federal, 300 pessoas estiveram presentes no protesto. Já a organização do ato contabilizou cerca de 5 mil pessoas. O grupo começou a se dispersar às 18h30.

Na última segunda-feira, após o bloqueio orçamentário de R$ 438 milhões ocorrido na metade do ano, o governo fez nova retirada de R$ 366 milhões, praticamente inviabilizando as finanças de todas as universidades federais e tornando ainda mais grave a situação orçamentária do sistema federal de ensino superior.

A decisão da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes atende ao Decreto 11.269/22, que dispõe sobre a programação orçamentária e financeira e estabelece o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo.

A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negocia na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição a retirada dos gastos do Bolsa Família do teto a fim de abrir espaço fiscal para fortalecer os orçamentos. Dessa forma, haveria a possibilidade de aumentar o orçamento do MEC em até R$ 12 bilhões. Lula pôs como prioridade a retomada do orçamento das federais e o aumento do programa de alimentação escolar, ampliando assim as transferências federais para redes de ensino.


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