Os estudantes universitários, do Instituto Federal de Brasília e servidores se reuniram nesta quinta-feira (08), para protestar contra os cortes promovidos pelo Governo Federal na pasta da educação. Convocado por movimentos e entidades estudantis, o ato teve início às 16h, em frente ao Ministério da Educação. Os protestos se repetem, também nesta quinta, em outras cidades.
O protesto contou com um misto de comemoração, com a notícia de que o MEC liberou recursos para pagamento de todas as bolsas do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) que, por meio de bolsas, ajuda os estudantes mais carentes a bancarem moradia, alimentação e transporte, entre outras despesas.
Os manifestantes começaram a se concentrar em frente ao Ministério da Educação, na Esplanada dos Ministérios, por volta das 15h30. Boa parte chegou em ônibus fretados pela Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) de outros câmpus da UnB. Depois de bloquearem parcialmente o trânsito, os estudantes iniciaram uma passeata em direção ao Congresso Nacional por volta de 17h30.
Os participantes gritavam palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro, como "Conhecimento não se corta", "Educação não é gasto em investimento" e "Sem pesquisa não há futuro". A manifestação contou com policiamento ostensivo, com cavalaria. O protesto foi pacífico, mas um estudante foi conduzido a 5ª Delegacia de Polícia de Brasília suspeito de pichar o prédio do MEC.
De acordo com estimativa do comando da Polícia Federal, 300 pessoas estiveram presentes no protesto. Já a organização do ato contabilizou cerca de 5 mil pessoas. O grupo começou a se dispersar às 18h30.
Na última segunda-feira, após o bloqueio orçamentário de R$ 438 milhões ocorrido na metade do ano, o governo fez nova retirada de R$ 366 milhões, praticamente inviabilizando as finanças de todas as universidades federais e tornando ainda mais grave a situação orçamentária do sistema federal de ensino superior.
A decisão da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes atende ao Decreto 11.269/22, que dispõe sobre a programação orçamentária e financeira e estabelece o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo.
A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negocia na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição a retirada dos gastos do Bolsa Família do teto a fim de abrir espaço fiscal para fortalecer os orçamentos. Dessa forma, haveria a possibilidade de aumentar o orçamento do MEC em até R$ 12 bilhões. Lula pôs como prioridade a retomada do orçamento das federais e o aumento do programa de alimentação escolar, ampliando assim as transferências federais para redes de ensino.