A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secudanristas (Ubes) estão organizando ato nacional em defesa da educação e contra o governo Bolsonaro para 18 de outubro. A iniciativa surgiu após a divulgação, nesta quarta-feira (5/10), do contingenciamento de despesas no Ministério da Educação de R$ 3 bilhões pelo decreto 11.216/2022, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. A pasta da educação foi a mais atingida pelos bloqueio, com 28,6% dos R$ 10,5 bilhões.
A mobilização dos estudantes teve início ainda nesta quinta, com um pequeno ato dos alunos no Instituto Federal de Brasília, no câmpus localizado na Asa Norte. O grupo se reuniu por volta das 13h30, com concentração de 100 alunos em frente ao instituto, que gritavam palavras de ordem e pediam a restituição do orçamento. Em Brasília, o movimento estudantil Juntos! Seguirá, de 10 a 17 de outubro, com assembleias e plenárias para convocar estudantes e servidores para o ato nacional, que ocorrerá no dia 18.
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Com o mais novo contingenciamento no Ministério da Educação anunciado pelo governo nesta quarta-feira (5/10), o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitor Ricardo Fonseca, afirmou, em coletiva de imprensa, que as consequências serão diversas. “Tinham universidades que já estavam em colapso orçamentário e, depois desse bloqueio, todo o sistema será afetado. Projetos que atingem a população, como o desenvolvimento de vacinas, pesquisa e extensão serão afetados. Bolsas de subsídio aos estudantes e despesas mais básicas não poderão ser pagas. Trabalhadores terceirizados podem ser demitidos”, disse Fonseca.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Berlaz, considera que a educação continua sendo a área mais afetada com os sucessivos cortes orçamentários. Para ela, trata-se de medidas para priorizar manobras eleitoreiras e o orçamento secreto.
“Precisamos urgente que esse projeto em curso seja interrompido e que haja um plano de emergência para a sua recuperação”, disse Brelaz. “Dessa vez, as universidades federais e os institutos terão todas as suas estruturas afetadas e a permanência dos estudantes é colocada em risco, o que representa um atraso e um desperdício do potencial deles, o que irá comprometer o futuro e o desenvolvimento do país”, completou.