Um dos criadores da Universidade de Brasília (UnB), Darcy Ribeiro completaria 100 anos nesta quarta-feira (26/10). Como homenagem, a universidade receberá uma série de atividades culturais. No dia do centenário do ex-reitor da UnB, antropólogo, político, pesquisador e escritor, a Secretaria de Comunicação lança o novo número da revista Darcy, publicando um ensaio fotográfico inédito do ritual sagrado Kuarup.
A oportunidade de conhecer indígenas e produzir trabalhos de campo estão diretamente relacionados à carreira que o educador teve no Serviço de Proteção aos Índios (SPI), atual Fundação Nacional dos Índios (Funai). Em 1947, o professor Herbert Baldus, da ESLP, indicou Darcy para trabalhar no SPI como sociólogo antropologista. Foi quando Darcy começou, de fato, a atuar como etnólogo.
No SPI, Darcy criou o Museu do Índio, em 1953, no Rio de Janeiro, e participou da criação do Parque Nacional do Xingu, em 1961. Por isso, em consonância ao legado do pesquisador, a nova publicação também aborda os desafios relacionados à saúde indígena em um Brasil hostil a essa população, além da entrevista com o intelectual Ailton Krenak, primeiro indígena a receber o título de Doutor Honoris Causa pela UnB.
E as comemorações não param por aí. Durante a semana, dois eventos também marcam os cem anos do antropólogo que batizou o primeiro campus da Universidade. Promovidos em parceria entre Decanato de Extensão e Fundação Darcy Ribeiro, o Centenário Darcy Ribeiro aqui (1922 – 2022), na quarta-feira (26/10), e o III Seminário Internacional UnB e Fundação Darcy Ribeiro (Fundar), na quinta-feira (27/10), levam ao Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo) momentos de resgate de sua memória e de seu legado.
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Trajetória
Darcy faleceu em fevereiro de 1997. Um ano antes, publicou diários de campo que contêm memórias do início da carreira na antropologia, quando ainda era um jovem recém-saído da Escola Livre de Sociologia e Política, localizada em São Paulo.
Em artigo publicado na revista Ciência Hoje, como homenagem póstuma a Darcy, Roque Laraia, professor emérito do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (DAN/UnB), escreve que “não há um ato de maior coragem e generosidade, para um antropólogo, do que a publicação de seus diários de campo. Não resta dúvida de que este foi um acontecimento importante para a antropologia brasileira”.
Mas Darcy também se dedicou ao campo político. Em 1961, foi ministro da Educação durante o breve governo de Jânio Quadros, que assumiu e renunciou à presidência da República. Depois, com a posse do vice João Goulart, tornou-se ministro da Casa Civil.
Com informações da Universidade de Brasília (UnB)