Laura Santos, de 20 anos, estudante do terceiro período de pedagogia da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) no turno da noite, teve que levar a filha de seis meses, Ágatha Santos, para a aula. Porém, ela foi convidada a se retirar da sala por uma professora, nessa quinta-feira (20/10).
A aluna alega que a professora disse que “pessoas não matriculadas não podem ficar em sala”. Ela explicou ao Estado de Minas que o pai da criança fica com ela à noite, para que possa estudar. Mas, na quinta, ele teve que ficar até mais tarde no trabalho e, como não encontrou ninguém próximo que pudesse ficar com a bebê, a mãe resolveu levá-la para a faculdade.
“Ela é muito tranquila, não chorou nem nada. No primeiro horário foi super de boa, a professora até tirou foto com ela”, disse. Porém, no segundo horário, na aula de didática, ao ver a bebê, a professora pediu à Laura que se retirasse da sala.
“Ela não deu a oportunidade de eu ir falar com ela, veio me questionar na frente de outros colegas”, relatou.
A representante da turma acompanhou Laura até a coordenação para conversar com o vice-diretor. Ele disse às alunas que não há lei que proíba crianças em universidades, mas que também não há lei que libere. O estatuto da UEMG não recomenda a presença de crianças.
Ao voltar para a sala, as alunas transmitiram a resposta do vice-diretor à professora, que não aceitou e manteve seu posicionamento. Colegas de Laura promoveram um ato contra a atitude da professora.
Aluna da UEMG é expulsa de sala de aula por levar filha de seis meses e alunos protestam: “Eu tenho filho, mas eu quero estudar”. pic.twitter.com/utj8qevZhC
— Boatos.com (@ofcboatoscom) October 23, 2022
Nota da UEMG
A UEMG publicou uma nota a respeito do assunto. Confira:
“A Faculdade de Educação da UEMG vem esclarecer que a legalidade da matéria encontra-se em andamento dentro dos Órgãos Superiores da Instituição. Sendo assim, o ocorrido durante esta quinta-feira (dia 20/10) coloca a realidade em contradição, ou seja, o direito da estudante de assistir às aulas e o risco de a Unidade não dispor de instalações adequadas para o recebimento da criança em questão.
Por isso, a ação da Prof. numa posição determinada gerou constrangimento e expôs a aluna num momento tão bonito da maternidade e difícil durante o período de formação universitária. Mesmo o caso tendo uma consequência negativa e ruim para todos, destacamos que trata-se de um caso isolado na nossa Unidade, a Prof. Marilza se desculpou diretamente com a aluna na sala de aula diante de todos os presentes, elevando a difícil tarefa da consequência da sua ação.
Estamos tomando as providências para pautar na próxima Reunião do Conselho Departamental e deliberar sobre o tema para evitar a repetição situações similares. Prezamos pela equivalência de docentes e discentes na sala de aula e demais dependências.
A Faculdade de Educação possui projetos de inclusão para as alunas mães, coordenado por Profas. Glaucia Barbosa do Núcleo de Pesquisa e também temos na Gestão Diretiva a pauta da construção de um espaço adequado para atendimento as nossas estudantes.”