Mobilizado por lideranças estudantis, o ato contra o aumento do preço do Restaurante Universitário da Universidade de Brasília (RU-UnB) ocorreu nesta terça-feira (23). O protesto teve início no Ceubinho, por volta das 12h, quando os estudantes caminharam em direção ao RU entoando palavras de ordem contra a empresa ISM, a Reitoria e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
O movimento também estava recolhendo assinaturas da comunidade acadêmica para fazer um abaixo-assinado, que deve ser apresentado em breve na reitoria da universidade.
Membros do movimento Correnteza criticaram a fome de lucro da empresa terceirizada que, atualmente, gerencia o RU. Um dos integrantes, o estudante de línguas estrangeiras aplicadas, Vinícius Cardoso de Lima, afirma que "a crise não é desculpa para o preço exorbitante". Ele expõe que o valor pago atualmente nos programas de bolsas de auxílio socioeconômico não supre a alimentação no restaurante.
"A ISM não é nossa aliada. Ela é denunciada por superfaturamento. As críticas são destinadas à empresa, o presidente e à Reitoria. "Não temos problemas com os funcionários. Nosso inimigo é o chefe deles. Não vamos parar até o preço baixar", afirma Vinícius. O estudante disse, ainda, que a mobilização será constante e o abaixo-assinado será entregue em breve.
A estudante de ciências ambientais, Isabelle Avon, 20 anos, que integra o movimento Bem Viver, protesta, além do aumento no preço do RU, contra os cortes na educação, e defende os direitos dos alunos e trabalhadores da UnB. Durante o ato, ela convidou os estudantes que estavam almoçando a participarem dos protestos. Segundo Isabelle, mesmo que pareça cansativo ou não tenha resultados, o importante é promover a união entre a comunidade acadêmica.
Participante do movimento Correteza, a estudante Juliana Santos, 18, criticou a política de lucros da atual empresa terceirizada que administra o RU. "Estamos aqui nos mobilizando porque, com fome, não dá pra estudar. A universidade é um lugar de oportunidade, de educação, não de lucro", contesta.
*Estagiários sob a supervisão de Jáder Rezende