HOMICÍDIO

Professor da Uemasul é assassinado com requintes de crueldade

Crime ocorreu em Açailândia (MA), conhecida pelo alto índice de trabalho escravo e por ser uma cidade perigosa e violenta, sobretudo para militantes sociais, lgbts e pessoas negras

Eu Estudante
postado em 15/08/2022 17:13 / atualizado em 15/08/2022 17:14
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

O professor da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul) Neylson Oliveira foi assassinado na manhã de quarta-feira (10), em Açailândia, a 562 km de São Luís do Maranhão. A cidade é conhecida por ser perigosa e violenta, sobretudo para militantes sociais, lgbts e pessoas negras. O corpo do docente foi encontrado em um matagal, no bairro Laranjeiras, sinais de tortura, ferimentos e marcas de estrangulamento.

Natural de São Luís, Oliveira morava em Açailândia, onde trabalhava na Escola Municipal Fernando Rodrigues, na Vila Ildemar, e também professor substituto de Libras no Câmpus de Imperatriz da Uemasul. Além disso, era militante do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), sindicalista e LGBTQIAP+.

Foi diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMA na gestão ‘Nada Será como Antes’ e integrante do Programa Nacional de Educação por Reforma Agrária (Pronera). Em 2021, liderou a grande paralisação protagonizada por professores e professoras de Açailândia.

Na noite de quarta, a Polícia Militar do Maranhão (PMMA) prendeu três suspeitos de participar da morte do professor. Segundo a corporação, eles se encontravam em um ponto de venda de drogas em do “Casqueiro”, quando avistaram o professor. Os suspeitos teriam atraído a vítima para o local, levaram-na para dentro de uma casa, onde, depois de roubá-la, iniciaram uma sessão de tortura e a mataram por estrangulamento.

Ainda de acordo com a PM, um dos suspeitos confessou que logo após o crime, o corpo da vítima foi levado em uma motocicleta e deixado em uma rua no bairro Laranjeiras. Um quarto suspeito, que também seria traficante, já foi identificado.

Conhecido por ser um município do agronegócio, com alta incidência de trabalho escravo, Açailândia figura entre as três cidades do Maranhão onde o atual presidente obteve a maioria dos votos.

Em nota, a Uemasul se solidarizou com familiares e amigos pelo falecimento do professor. “Profissional responsável, dedicado e apaixonado pela docência, era professor substituto da disciplina de libras, dos cursos de pedagogia e letras, língua portuguesa, do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Letras, campus Imperatriz. Neylson era graduado em Filosofia, fazia Mestrado no programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão, e desenvolvia atividades voluntárias de tradução e interpretação em libras.”

Em março deste ano, outro crime envolvendo um professor gerou comoção e revolta. Natural de Teresina (PI), o professor de inglês Denes Marlio Lima Neres, que lecionava inglês no Centro de Ensino Médio 1 (CEM 1) de Planaltina, também foi executado com requintes de crueldade. Seu corpo foi encontrado carbonizado em uma área de mata, na região do bairro Paquetá, em Planaltina de Goiás.

  • O professor Neylson Oliveira, torturado e executado em Açailândia, no Maranhão
    O professor Neylson Oliveira, torturado e executado em Açailândia, no Maranhão Foto: Reprodução
  • O professor Neylson Oliveira, torturado e executado em Açailândia, no Maranhão
    O professor Neylson Oliveira, torturado e executado em Açailândia, no Maranhão Foto: Reprodução
  • O professor Neylson Oliveira, torturado e executado em Açailândia, no Maranhão
    O professor Neylson Oliveira, torturado e executado em Açailândia, no Maranhão Foto: Reprodução
  • O professor Neylson Oliveira, torturado e executado em Açailândia, no Maranhão
    O professor Neylson Oliveira, torturado e executado em Açailândia, no Maranhão Foto: Reprodução
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    . Foto: Divulgação
  • Neylson era graduado em Filosofia, fazia Mestrado no programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão
    Neylson era graduado em Filosofia, fazia Mestrado no programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão Foto: Arquivo pessoal
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