Emprego

Formados têm mais oportunidade no mercado de trabalho, mostra pesquisa

Levantamento da ABMES mostra que 69% dos egressos do ensino superior estão empregados até um ano após a colação de grau

Eu Estudante
postado em 19/07/2022 10:00 / atualizado em 19/07/2022 10:00
O diretor-presidente da ABMES, Celso Niskier -  (crédito: Divulgação/ABMES)
O diretor-presidente da ABMES, Celso Niskier - (crédito: Divulgação/ABMES)

Pesquisa inédita Associação Brasileira de Mantedoras de Ensino Superior (ABMES), mostra que 69% dos egressos do ensino superior estão empregados após até um ano da colação de grau. O estudo indica que a taxa de ocupação é a mesma para os recém-formados, independe da modalidade do curso – seja presencial ou a distância – e a remuneração média geral é de R$ 3,8 mil.

O levantamento foi realizado a partir da parceria da ABMES e a Symplicity, empresa de solução de software de empregabilidade e engajamento estudantil, a partir de indicador foi inspirado na metodologia da associação internacional NACE, um dos principais instrumentos de coleta e avaliação da situação profissional de egressos nos Estados Unidos. Com os resultados identificados, de acordo com a ABMES, as Instituições de Ensino Superior (IES) podem aprimorar seus currículos acadêmicos e os órgãos governamentais, como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), podem melhor direcionar políticas públicas da educação superior.

Na pesquisa, foi avaliada a colocação profissional de quase 2 mil egressos que colaram grau entre meados de 2020 e meados de 2021, ou seja, no momento mais crítico para ocupação profissional no decorrer da pandemia da covid-19. Ainda assim, 48,82% dos formados estavam em ocupações formais, 10,86% trabalhando como autônomos ou profissionais liberais, 2,77% como empresários e apenas 2,82% na informalidade.

Entre os bacharéis e tecnólogos, o aproveitamento no mercado de trabalho foi mais significativo, de 70% e 69%, respectivamente. Em contrapartida, os profissionais que fizeram licenciatura alcançaram índice de 61%. Aqueles que estão empregados na área de formação tiveram melhores resultados na ocupação de vagas profissionais: 81% entre quem fez bacharelado e 69% entre os licenciados. Entre os tecnólogos, o percentual foi de 51%.

De acordo com o diretor-presidente da ABMES, Celso Niskier, os resultados da primeira iniciativa do índice mostram que a educação superior ainda é ótimo investimento para garantir a empregabilidade dos egressos. “Notamos que carreiras como computação e mesmo a área de saúde possuem índices mais altos de empregabilidade, o que está de acordo com o que nós percebemos das necessidades reais do mercado de trabalho”, afirma.

Ele observa, ainda que a intenção da ABMES é continuar realizando anualmente essa pesquisa, de forma a acompanhar ano a ano a evolução da empregabilidade dos estudantes, além de utilizar esse instrumento para fornecer às instituições participantes elementos de decisão para o aprimoramento dos seus serviços de orientação à carreira.

A pesquisa também levou em consideração a remuneração dos recém-formados. A média salarial geral foi de R$ 3.799,29, sendo R$ 3.972,52 no grupo de bacharéis, R$ 3.709,48, entre os tecnólogos e R$ 2.392,86 entre os licenciados. O valor médio se eleva quando a ocupação é na área de formação e chega a R$ 3.805,53.

Áreas mais promissoras

O IASE apontou ainda as áreas com maior empregabilidade, conforme a área de graduação dos egressos pesquisados. Os profissionais na área de tecnologia da informação estão no topo da lista, com 82% que declararam estar trabalhando, 77% deles na área de graduação. Nas engenharias, 77% estão contribuindo ao mercado de trabalho e 93% trabalhando na área. Entre os profissionais de saúde também há um salto: 72% está empregado e 85% atuando na área de formação.

Ainda de acordo com Niskier, merecem destaque, entre as áreas apuradas, os recém-formados em direito, campo em que 53% estão no mercado de trabalho e 63% na própria área. Mais da metade dos egressos em negócios, comunicação e educação também garantiram ocupação para que foram preparados nas instituições de ensino superior.

Os investimentos em tecnologia e a continuidade das atividades no setor de construção civil são apontados na pesquisa como impulsionadores da maior oferta de vagas em TI e engenharias, bem como na média salarial dos egressos, R$ 5.268,75 e R$ 4.476,94, respectivamente. A retomada das atividades do turismo, por sua vez, garantiu maior remuneração para os formados na área de hospitalidade (R$ 4.550,00) e o aumento na demanda por profissionais de saúde garantiu salários iniciais médios de R$ 3.912,62.

Ao avaliar o contexto do mercado profissional que beneficiou os bons resultados de empregabilidade de algumas áreas, o gerente regional Brasil da Symplicity Corporation, Gabriel Custodio, observa que, sob a perspectiva do mercado de trabalho, o IASE mostra algumas dinâmicas interessantes: “Uma confirmação na área de TI, que vem sendo muito fomentada, é que os alunos estão com uma inserção bem rápida até mesmo antes de se formarem. O mercado de tecnologia foi um dos mais aquecido pelo movimento da transformação digital impulsionado durante a pandemia”, diz.

Custodio analisou, ainda, os dados das engenharias, destacando que o setor da construção civil passou por uma crise muito profunda. “Mas nas Engenharias, como um todo, houve uma perda do interesse dos alunos há alguns anos e o aumento da demanda sinalizou que estamos precisando mais desses profissionais. É um outro momento do ciclo deste mercado”, diz. O diretor da ABMES, Diego Puerta, afirma que o setor de tecnologia abriu muitas oportunidades e que o mercado dispõe, hoje, de 400 mil vagas não ocupadas.

Metodologia

Para a realização da pesquisa foram coletados dados de 1.989 egressos de graduação que colaram grau entre 31 de julho de 2020 e 30 de junho de 2021 de 10 instituições privadas de ensino superior de
todas as regiões do Brasil. O período de apuração foi de 26 de novembro de 2021 e 18 de maio de 2022.

O levantamento de informações primárias foi realizado por essas instituições, seguindo o modelo de questionário quantitativo, acordado entre os participantes do grupo de trabalho criado pela parceria, com o apoio do Inep.

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