A pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Vera Dubeux foi eleita para a Academia de Agricultura da França para ocupar o cargo de membro titular, correspondente estrangeira. A professora atua na área de sistemas agrários, principalmente em sistemas de produção de cana-de-açúcar. O Brasil é um dos principais produtores mundiais de cana e foi o primeiro a produzir biocombustíveis com a planta. Vera também é uma das pesquisadoras da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa).
A professora leciona disciplinas nos cursos de graduação de agronomia, zootecnia, agroecologia, engenharia de agrimensura, engenharia florestal, engenharia elétrica e engenharia das energias e na pós-graduação em energia da biomassa.
A professora foi indicada para o cargo no final de 2021 e empossada em janeiro deste ano. Para a promoção, a Universidade destacou a atuação e as interações franco-brasileiras realizadas, assim como a participação dela em missões da AAF e em capítulos de livros. Artigos elaborados a partir de grupos de trabalho da AAF, também se somaram aos critérios para a indicação.
“Sem dúvida é um desafio enorme representar o Brasil, o nosso Estado e, em particular, a nossa Universidade nessa prestigiosa academia que, ao longo dos anos, acolheu pesquisadores de renome e personalidades que marcaram época. A AAF é acionada sempre que algum fenômeno inquieta o mundo e, principalmente, o universo da agricultura e da pecuária. Ela realiza missões e valida relatórios que ajudam na tomada de decisão quanto a procedimentos a serem recomendados”, afirmou em comunicado.
A professora fez pós-graduação na França em 1996. Após isso, ela construiu uma longa trajetória no país. Teve oportunidade que de ministrar aulas e fazer conferências em várias instituições estrangeiras, por meio da parceria entre a Ufal e o Instituto do Bambu, do Sebrae. Vera foi diplomada em Sociologia e Antropologia do Desenvolvimento (DEA) no Instituto Iedes na Sorbonne, onde realizou trabalho sobre o sistema de produção da cana-de-açúcar e de culturas agroalimentares.
O doutorado dela também foi na França, na área de Pesquisas Comparativas sobre Modelo de Desenvolvimento na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (E.H.E.S.S).Atualmente, a pesquisadora está finalizando outro doutorado, desta vez em Agronomia, na Ufal.
Academia de Agricultura da França
A instituição francesa nasce ainda durante o iluminismo, no século 18, como Sociedade de Agricultura da Generalidade de Paris. Na atualidade, a instituição se preocupa em pesquisar as melhoras técnicas de agricultura com uma atenção nos problemas da alimentação mundial e na preservação do meio ambiente.
As missões da instituição são:
- a produção, transformação, comercialização, consumo e utilização de produtos da agricultura, silvicultura, pesca e aquacultura de água doce, bem como o seu desenvolvimento para fins alimentares ou outros
- a gestão dos recursos naturais, em relação ao desenvolvimento das zonas rurais, com vista a melhorar o ambiente e, de um modo mais geral, a qualidade de vida
- as atividades de toda a população rural e sua relação com o mundo urbano.
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