A ex-BBB Jessilane Alves, professora de biologia de Valparaíso de Goiás (GO), é a nova embaixadora da União Nacional dos Estudantes (UNE) da campanha Eu Defendo as Cotas. Ela postou um vídeo em sua página no Instagram, se mostrando bastante empolgada com o convite.
“Como eu fui uma das pessoas que utilizou dessa lei durante a minha vida acadêmica, eu defendo, sim, que as pessoas continuem tendo acesso à universidades, não só a entrada como a permanência”, diz ela.
Polêmica
Recentemente, o presidente da República Jair Bolsonaro usou uma publicação da ex-participante do reality show da TV Globo para promover a Medida Provisória do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) que adota regras de descontos para quitação de dívidas do programa.
"Assim como a Jessi, os mais de 1 milhão de estudantes inadimplentes com contrato firmado até 2017 no Fies também têm hoje a oportunidade de quitar suas dívidas com até 92% de desconto graças à MP1090 que lançamos no final de 2021", escreveu Bolsonaro, citando a ex-BBB no Twitter.
Jessi, rebateu a postagem, frisando que o programa social foi criado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro nas eleições deste ano. Destacou, ainda, que se sente muito feliz de que existam projetos dessa envergadura. "Tenho profunda gratidão por esse programa que até hoje garante que todos possam ter acesso ao ensino superior", afirmou.
Mobilização
A Lei 12.711/12, mais conhecida como Lei de Cotas, completa dez anos e deverá passar neste ano por revisão. A matéria é uma das principais bandeiras de luta da União Nacional dos Estudantes (UNE), que defende a prorrogação do benefício.
A entidade lançou a campanha “Eu defendo as cotas - Esse é o Brasil que a gente aprova”, que irá mobilizar diversos setores da sociedade, incluindo organizações, artistas, influenciadores e grupos de juventude para pressionar o Congresso Nacional pela renovação da política pública que possibilitou a ampliação do acesso da população negra e indígena na universidade pública.
Ver essa foto no Instagram
Para Bruna Brelaz, presidente da UNE, o caminho da Lei é de reparação diante da desigualdade racial resultante da estrutura escravista da sociedade e para combater o racismo estrutural. “ Não temos qualquer dúvida sobre a vigência da reserva de vagas, mas na revisão da Lei ela deve ser aprimorada, com o objetivo de aperfeiçoar a permanência estudantil, implementar metas e fortalecer o monitoramento”, afirma.
Ao longo do ano, a entidade mobilizará estudantes e sociedade, universidades, ruas e redes sociais para pressionar os parlamentares a priorizarem o debate pela revisão da lei.