Os conhecidos ônibus intercampi da Universidade de Brasília (UnB) não vão atender à população universitária no próximo semestre. De acordo com a assessoria da entidade, o serviço era temporário e visava apenas ampliar a oferta de disciplinas aos estudantes dos câmpus de Ceilândia, Gama e Planaltina. O transporte gratuito se deslocava conectando um câmpus ao outro e era oferecido pela Prefeitura da UnB (PRC), atendendo a toda comunidade universitária.
Os veículos passaram a operar quando os câmpus de Ceilândia, Gama e Planaltina estavam expandindo a implementação de disciplinas. Sendo assim, algumas das matrizes curriculares de semestres mais avançados precisavam ser oferecidas no Darcy Ribeiro. A criação do intercampi veio para facilitar a ida desses estudantes para Brasília, enquanto o fluxo de oferta de disciplinas, gradativamente, se consolidava nos novos câmpus.
Atualmente, as faculdades do Gama, Ceilândia e Planaltina passaram a oferecer as disciplinas para o cumprimento da matriz curricular dos cursos de graduação e pós-graduação, além de sediar atividades de extensão e pesquisa.
“O serviço foi mantido enquanto duraram os contratos e não foi renovado porque os câmpus não dependem mais do Darcy Ribeiro para cumprir suas matrizes curriculares. Hoje, as faculdades do Gama, de Ceilândia e de Planaltina estão consolidadas e cada câmpus da UnB oferece todas as disciplinas necessárias ao cumprimento das matrizes curriculares dos cursos de graduação que sediam e ofertam de forma plena não somente os cursos de graduação, mas também cursos de pós-graduação, além de atividades de extensão e de pesquisa”, informou a universidade, por meio de nota.
'Vai deixar saudade'
Um dos universitários que usou o transporte foi o estudante de química tecnológica Rafael Castro, 25 anos. Ele fazia o trajeto do câmpus Darcy Ribeiro para a Faculdade da Ceilândia cinco vezes por semana, no período da tarde. Segundo ele, o transporte permitia aos estudantes a pontualidade às aulas, além de facilitar a ida para casa. “Era muito bom porque a gente não precisava competir com os trabalhadores pelo transporte e chegávamos muito mais cedo em casa”, diz.
Rafael optou pelo intercampi porque era a forma mais rápida e confortável de se chegar nos locais das aulas. “Mesmo que morasse perto de um câmpus da UnB, o curso que queria ficava muito longe”, afirma. “A gente chegava no outro câmpus com muito mais rapidez, ao contrário do transporte público comum”, completa. Para ele, o serviço fará falta para boa parte da comunidade acadêmica, por ser “muito útil e cômodo”.
A estudante de comunicação social Isabella Rodrigues, 20, observa que a fila extensa do intercampi era compensada pelo conforto do meio de transporte. Segundo ela, ao contrário da modalidade pública, que sempre está lotado. “Eu saía um pouco mais cedo por causa da fila, mas valia a pena. Conseguia até cochilar até o intercampi. Era menos desgastante do que ir em pé no 348 lotado”, conta.
Além disso, Isabella diz que o serviço tornava a habitação “do outro lado da cidade” mais confortável. Para ela, a modalidade funcionava como um incentivo para a comunidade da universidade. “Era aconchegante e, no meio de uma rotina corrida, a gente encontrava tranquilidade naqueles 40 minutos de viagem”, revela.
Apesar da extinção dos intercampi, os ônibus intracampus continuam circulando dentro do câmpus Darcy Ribeiro durante os turnos diurno e noturno, de segunda à sexta-feira, saindo do Centro Olímpico a cada 30 minutos. Agora, os estudantes precisaram optar pelo transporte público de linhas urbanas. Para conferir as linhas do transporte para os câmpus da UnB, acesse o site do DFTrans.