ARTIGO

Dia Internacional da Educação: um panorama do ensino superior no Brasil

Graças a modalidades de ensino como híbrido e EaD, pessoas que antes não tinham recursos para se dedicar aos estudos - como tempo e dinheiro, por exemplo - puderam realizar o sonho de ter um diploma universitário

Tiago Ribeiro
postado em 26/04/2022 17:23
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

De acordo com o Mapa do Ensino Superior no Brasil, publicado no ano passado pelo Semesp, entidade que representa mantenedoras do ensino superior no país, o modelo de ensino a distância não para de crescer. Entre 2020 e 2021, houve um aumento de 14% dos polos EaD, especialmente na rede privada, que concentra mais de 90% das matrículas da modalidade. Paralelamente, entre 2015 e 2019, foram registradas 237 novas instituições de ensino superior no Brasil - o número está em constante ascensão desde 2000.

Quando o assunto é a democratização da educação superior no cenário nacional, olhar com atenção para esses dados é fundamental para entender a direção que estamos percorrendo. Afinal, graças a modalidades de ensino como híbrido e EaD, pessoas que antes não tinham recursos para se dedicar aos estudos - como tempo e dinheiro, por exemplo - puderam realizar o sonho de ter um diploma universitário, aumentando suas chances de ingressar no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que conseguiram adquirir novas competências e habilidades. Instituições de ensino que enfrentavam dificuldades para se estabelecer, devido à grande quantidade de recursos necessários para iniciar a operação, passaram a abrir as portas por todo o território nacional, atendendo alunos dentro e fora de suas regiões de origem. Hoje, ainda de acordo com o relatório do Semesp, 79,9% das instituições de ensino superior no país têm pequeno porte.

O crescimento do número de alunos e de instituições é uma constante, e o advento de novas modalidades de ensino é parte fundamental dessa história. Em 2021, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior( ABMES) realizou pesquisa com estudantes, que revelou o seguinte: 55% deles preferem o retorno gradual com aulas presenciais e a distância em dias alternados, enquanto 38% acham que todas as disciplinas devem mudar permanentemente para o modelo híbrido.

Pela lei brasileira, o Decreto 5.622/2005 garante a validade dos diplomas na modalidade EaD, defendendo que “os cursos e programas a distância deverão ser projetados com a mesma duração definida para os respectivos cursos na modalidade presencial”. O texto afirma ainda, em seu Art. 5º, que os diplomas e certificados de cursos a distância que são expedidos por instituições credenciadas e registrados dentro da lei são válidos em nível nacional.

Então, temos uma evolução constante de alunos e instituições de ensino, potencializada nas últimas décadas pela regulamentação e pela evolução tecnológica. A experiência de ensino de hoje evolui em velocidade impressionante, criando contextos que até pouco tempo atrás pareciam inacessíveis. Isso também contribui para a democratização do ensino, redefinindo as posições de alunos e professores.

Além disso, conforme Niskier e Nathanael explicam no livro Educação, estágio e trabalho, a competência do candidato é mais relevante para as empresas do que com a sua forma de capacitação. Essa tem sido a premissa básica de uma formação sistêmica, orientada à compreensão do mundo e não apenas aos saberes decorados. A interação com a tecnologia gerou uma revolução na forma de ensinar, mudou o perfil das pessoas em muitos níveis, fortaleceu um consumo não linear de informações e pavimentou o caminho para um ambiente de muitos especialistas e de imersões cada vez mais efêmeras, que são criadas a partir de um olhar criterioso para as possibilidades no ensino e na criação de projetos que potencializam o que é a sala de aula.

Dessa forma, vemos um cenário no qual os alunos têm cada vez mais autonomia e responsabilidade, enquanto as instituições de ensino adotam soluções tecnológicas capazes de transformar as salas de aula em espaços plurais e possam gerar novas oportunidades a partir disso. Domar a tecnologia, portanto, deixou de ser um desafio para quem trabalha com educação. A tecnologia é parte do jogo, e é simplesmente impossível considerar um cenário em que as instituições de ensino estejam desconectadas.

O grande desafio de hoje é entender as novas dinâmicas criadas, que vão desde a necessidade e interação até o padrão de consumo de conteúdo. Neste Dia Internacional da Educação, a reflexão que gostaríamos de suscitar não é simplesmente sobre o uso da tecnologia na sala de aula, mas sim sobre as possibilidades de conectividade entre alunos e professores que ela traz, assim como a liberdade de escolhas, a autonomia, a velocidade, as facilidades e a qualidade da troca de conhecimento que vem partir dela. Agora, já sabemos que o uso de ferramentas tecnológicas na sala de aula é algo permanente e que tende a continuar ganhando espaço. Portanto, o desafio de quem trabalha com educação é entender como tudo isso afeta a dinâmica do setor.

Fundamental para a democratização do ensino, a tecnologia também redefiniu papéis na sala de aula. Você está preparado para esse futuro?


Sobre a Hybre

A Hybre é uma startup que estabelece a conexão dentro das salas de aula do futuro, por meio de tecnologias educacionais que permitam a interação simultânea entre professores e alunos, conectados em um ambiente presencial ou digital.

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