A troca da empresa fornecedora dos serviços dos Restaurantes Universitários da Universidade de Brasília (UnB), em agosto, resultou em uma diferença significativa no bolso dos universitários. De acordo com a instituição, estudantes de graduação e de pós-graduação, com renda familiar acima de 1,5 salário mínimo, pagarão R$ 2,85 no café da manhã e R$ 6,10 no almoço e no jantar. O aumento é de R$ 0,40 para o desjejum e R$ 0,90 para as outras duas refeições.
A universidade só se pronunciou após o jornal universitário O Canário, criado por estudantes da UnB, perceberem o aumento no site da instituição e questionarem a administração. Para servidores, terceirizados e visitantes, o aumento é ainda mais expressivo. De R$ 5,80 pagos no café até agosto de 2021, agora é preciso desembolsar R$ 7,05 para o desjejum. O almoço e o jantar não ficam atrás: R$ 15,20 (R$ 2,20 a mais do que os R$ 13 cobrados anteriormente).
No entanto, os estudantes serão impactados apenas na volta do ensino presencial. Os RUs atendem, desde o início da suspensão das aulas, apenas os beneficiários da assistência estudantil, que são isentos de pagamento para obter as refeições.
A preocupação dos universitários é de que, até o retorno, ainda sem data, outros aumentos ocorram. Nas redes sociais, os alunos comentaram o assunto. "Quando voltar o presencial o preço do RU vai tá R$ 10,50, fica vendo", diz um aluno.
"Completamente desestabilizada de saber que o preço do RU aumentou de novo", desabafou outra estudante. O aluno Mateus Rodrigues criticou a gestão da atual reitora Márcia Abrahão. "A gestão da Márcia vinculou o preço do RU ao valor do dólar ou da gasolina? Daqui a pouco vale mais a pena ir almoçar na Rodoviária", disse.
RU: um problema recorrente da UnB
A antiga gestão dos Restaurantes Universitários (RUs) foi alvo de denúncias de alunos que moram na UnB. Em maio, mesmo com direito de alimentação gratuita garantido pelo regimento da Universidade, os estudantes se depararam com o fechamento dos restaurantes. Depois, marmitas começaram a ser distribuídas, mas os alimentos estavam contaminados com pedaços de plástico, cabelo e até larvas.
Na ocasião, a Universidade se limitou a dizer que manteve os alunos com marmitas e não falou sobre a falta de higienização dos alimentos.
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