Apaixonada pelas estrelas e o céu noturno, a jovem de 18 anos, Laysa Peixoto, descobriu um novo asteroide através do programa de caça-asteroides da Nasa. A mineira, que está no segundo semestre de física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), teve sua descoberta reconhecida pela Nasa e sonha em seguir carreira na ciência.
No início deste ano, Laysa se inscreveu no projeto de caça-asteroides, da Nasa, em parceria com a The International Astronomical Search Collaboration. O objetivo é analisar imagens de um telescópio que fica no Observatório Astronômico da Universidade do Havaí. “As imagens são todas em preto e branco, então é preciso analisar cada pixel delas porque os asteroides em geral são muito pequenos e podem passar despercebidos. Depois que analiso a imagem e detecto algum ponto de movimento que tenha as características de um asteroide, envio um relatório para a Nasa”, explica a estudante.
Interessada por astronomia desde cedo, a jovem diz ter se interessado pelo tema após assistir ao documentário Cosmos, o que a motivou a entrar em competições como a 23ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e a 14ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) e a cursar física. “Depois das olimpíadas, como estudei muito para elas, percebi que era aquilo que queria fazer, era algo que me dava prazer em estudar e me fazia buscar mais. Os cálculos e as pesquisas me ajudaram bastante, não me estressava, muito pelo contrário, me trazia alegria e certeza de que eu dedicaria minha vida inteira nisso”, conta animada.
Medalhista de prata na 23° Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, em 2020, e finalista com medalha de bronze na Competição Internacional de Astronomia e Astronáutica em 2021, a jovem diz ser grata por ter iniciado sua carreira dessa forma “era um grande sonho meu poder contribuir com a Nasa e a com a ciência, me sinto honrada por fazer parte dessa pesquisa”, comemora.
A aluna, que é integrante do Observatório Astronômico da UFMG, ressalta ainda a importância de se estudar o espaço e seus componentes: "É importante estudar os asteroides do nosso sistema solar e detectar os que ainda não foram descobertos. Isso é uma forma de precaver a humanidade de uma possível colisão no futuro e ainda, os asteroides nos contam muitas informações sobre o surgimento do nosso sistema e sua formação”, explica.
Laysa sonha em continuar sua trajetória na ciência como pesquisadora e futura astronauta, através do curso Advanced Space Academy, nos Estados Unidos “esse curso é uma simulação de um treinamento de astronauta e depois que você se forma nesse curso, você tem a oportunidade de realizar cursos mais avançados, então outro sonho que seria esse, de ser astronauta”, conta animada.
Por falta de recursos financeiros para arcar com a moradia e alimentação durante a estadia nos Estados Unidos para realização do curso, a estudante e sua família abriram uma vaquinha online para arrecadar o valor necessário para a viagem, “estou confiante que vou conseguir ir para a Nasa e vou fazer esse curso, esse é um dos meus principais objetivos”.
*Sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo