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UnB é a quarta melhor universidade federal do Brasil pelo Ranking de Xangai

Decana de Pesquisa e Inovação Maria Emília espera que o resultado do ranking faça com que os governos reconheçam boa utilização das verbas

Malu Sousa*
postado em 23/08/2021 16:10 / atualizado em 24/08/2021 22:08
 (crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press)
(crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press)

Desde a primeira vez em que apareceu no Shanghai Ranking, em 2017, a Universidade de Brasília (UnB) tem mantido avanços e destaque na lista. Agora, subiu duas posições e ficou em quarto lugar entre as federais brasileiras. O levantamento é feito anualmente e, em 2021, avaliou 2 mil instituições de ensino superior. Só as mil primeiras entram para a lista. Entre as 21 selecionadas no país, a da capital federal ficou na sétima colocação.

Atualmente, a UnB está no grupo que compreende da 501ª à 600ª colocações, o que representa avanço expressivo desde a última avaliação, em 2020, quando a universidade apareceu entre a 701ª e a 800ª. Dos seis indicadores que o Shanghai Ranking usa como parâmetro, a instituição de ensino brasiliense só não pontua em dois: ter vencedores de prêmio Nobel ou de medalha Fields — concedida a pessoas que contribuíram com as ciências matemáticas. Nos demais critérios, conseguiu boas menções.

Algumas das categorias consideradas para colocação no ranking são: pesquisadores altamente citados em revistas internacionais de grande impacto; número de artigos publicados nos periódicos Nature e Science entre 2016 e 2020; artigos indexados nos índices internacionais Science Citation e Social Science Citation, em 2020; além de um indicador que analisa o desempenho acadêmico dos docentes da instituição. Uma das novidades deste ano foi que a UnB apareceu pela primeira vez na categoria de cientistas mencionados com frequência.

A decana de Pesquisa e Inovação da universidade, Maria Emília Walter, conta que a comunidade acadêmica recebeu com satisfação a notícia sobre o avanço no ranking. “É um grande alento para nós saber que tivemos um desempenho positivo, apesar dos cortes e de todo o contexto desfavorável que vivemos”, afirmou. “Como gestão, temos cumprido o papel de apoiar nossos pesquisadores. Saber que temos excelência em áreas distintas como odontologia, ciências rurais, saúde pública, ecologia, medicina clínica e ciência política é gratificante, pois são grandes áreas do conhecimento e estamos muito bem colocados no âmbito internacional.”

A decana destaca que, no contexto de pandemia, não só as formas de trabalhar como as pesquisas se adaptaram ao meio remoto com êxito, graças a um trabalho coletivo. Além disso, ela considera que as perspectivas provenientes do resultado da universidade no ranking serão mais positivas. “É importante saber que todo o nosso sacrifício — da comunidade acadêmica, da gestão, mas, sobretudo dos docentes, alunos e técnicos — não tem sido em vão”, comenta Maria Emília.

Ameaças


O Decanato de Pesquisa e Inovação tem contribuído para potencializar as competências da Universidade de Brasília de maneira “colaborativa e otimizada”, segundo a responsável pelo setor. No entanto, apesar de comemorar o resultado, Maria Emília faz um alerta para a iminente ameaça de descontinuidade dos projetos, devido à escassez de recursos direcionados às instituições públicas de ensino superior. “Ainda usamos a infraestrutura e os parques laboratoriais financiados por gestões passadas, mas isso tem vida útil, tem um limite. É importante que esses espaços sejam resgatados e reconstruídos. Desejo que as autoridades e a sociedade em geral consigam compreender que investimento em educação não é gasto e que ele se transforma em retorno para o país”, pontua a decana.

O setor pelo qual Maria Emília é responsável busca apoio e recursos, a fim de sustentar projetos e atividades acadêmicas na UnB. Para ela, a situação adversa do momento deixa nítida a importância do trabalho das universidades públicas. “Vejo um resgate delas como parte essencial do desenvolvimento do país, sobretudo nas públicas, que, realmente, produzem conhecimento aqui no Brasil e, também, na América Latina. Sem apoio governamental, não conseguimos continuar”, enfatiza. A decana espera que os resultados de classificação como o Shanghai Ranking façam com que os governos, tanto em nível federal quanto distrital, reconheçam que a verba direcionadas à Universidade de Brasília é “muito bem aplicada”.

 

* Estagiária sob supervisão de Jéssica Eufrásio

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